Fim de Semana Cultural:
Bem-te-vi morre! Vi-viu-tetéu? (poesia) – por Rildo de Deus

Era uma vez um pássaro que nasceu nos tempos vindouros da humanidade
Quando ainda existia bicho desconfiado.

O pássaro cresceu e mostrou-se transformista
Teve cores de canário do império, galo de campina, patativa, craúna, azulão…
ROUXINOU, CABOCULINHO
Sabiá, joão-de-barro, periquita
Chegou a hora

Quis virar papagaio e capitão.

Levou uma pancada no juízo e desandou da evolução.
Bebeu veneno como elixir
O pássaro mítico girou no sol sem razão
Encontrou o mar Pânico
E não se tornou canCÃO

Agora é Bem-te-vi que maravilhas!
Tem a chave de onde mora
Também medo de arpão
Não sabe o caminho ao continente

Abre a janela pra luz entrar;
Fecha de noite
Assim tia coruja jamais chegará

Finalmente estufa o peito
jazigo perfeito
Pra morte murchar

Rildo de Deus é Escritor e Estudante de Filosofia da UFPE

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