Educação, sempre Educação. Pobre Brasil. Há anos é a mesma cantoria: ONGs, associações, entidades, gestores de todas as esferas, afinal, o diabo a quatro e nosso nível lá embaixo. Muita farofa e pouco peito. Para não dizerem que estou com inveja porque não estou inserido neles e mamando, faço questão de dizer que gostaria imensamente de fazer parte desses grupos. Todavia, com os medíocres resultados em pauta, não sei se teria saco em ficar.
Pesquisa encomendada à consultoria britânica, Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que produz sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países, analisou os sistemas educacionais de 40 países. Apresentou nosso Brasil, um resultado bem pequeno, nanico de fazer medo. Ficamos no penúltimo lugar, “incluído na lista dos piores sistemas de educação do mundo”. Ganhamos (ou verbinho mal empregado) apenas para a Indonésia, última colocada. Melhor dizermos, perdemos para 38 países (agora o verbinho está correto).
“Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação”.
Os critérios de avaliação, tecnologias adotadas no levantamento dos dados, comentários, críticas e sugestões podem ser lidos nos jornais de grande circulação, em 28 de Novembro, Jornal do Commercio, por exemplo. Adianto, para aqueles, que não têm tempo de ler o artigo, que os testes foram efetuados nas áreas de matemática, ciências e habilidades linguísticas.
Tidas como “super potências” da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura. Alemanha, Estados Unidos e França estão em grupo intermediário. México, Brasil, e Indonésia integram os mais baixos”.
Sem desprezar a importância dos investimentos, o estudo dá maior ênfase ao respeito e à manutenção de uma cultura nacional de aprendizado que valoriza professores, escolas e educação como um todo.
O estudo demonstra o bom desempenho das nações asiáticas: “nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas. Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um “valor moral” concedido à educação muito parecido”.
Não é fora de propósito repetir, repetir, repetir à exaustão as consequências negativas produzidas por um fraco sistema educacional no progresso de um país. Os problemas que flagelam nossa educação têm início na época colonial, entraram pelo primeiro império, arrastaram-se pelo segundo e chegaram engatinhando à república. Todas nossas medidas são paliativas, curativos de esparadrapo. Político algum corta os problemas na carne. Sabem cortar, isto sim, os investimentos do setor. Desviam até dinheiro e fazem mirabolantes maracutaias. Ainda há brasileiros com pena dos malandros da quadrilha do mensalão. O dinheiro surrupiado para fins escusos com certeza faz falta às nossas crianças.
“Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais”.
Finalizando, o relatório destaca a importância de se contratar professores qualificados e obviamente com excelente remuneração.
Eu de minha parte finalizo relembrando que, no último senso do ME, dois educandários vitorienses tiveram péssima performance no ranking nacional. Não li, não vi, tão pouco ouvi comentários sobre uma proposta de discussão, a respeito desse catastrófico resultado apresentado por essas duas de nossas escolas. Por que a Secretaria de Educação do Município não abriu um sério debate para expor aos vitorienses o por que de tamanho fracasso e sobretudo abrir os corações e as mentes para uma análise do nosso sistema educacional?
Educação é um tema e uma tarefa que diz respeito a todos segmentos da sociedade.
Pedro Ferrer