Fim de Semana Cultural:
SONETO DO DESEJO (Poema) – por Luciene Freitas

E foi observando em um espelho alheio
Que vi a imagem, desejada, que não tive.
Busquei por tantas eras consolo, esteio,
Equilíbrio para uma alma, em declive.
Vi naquela figura de santa, tão formosa
Olhos ternos, profundos, infinitos de doçura.
Dos meus vazios o medo, da vida desditosa
O fim, em fortaleza de travas tão seguras.
A mulher ausente, o desconsolado pranto
O desespero, nas noites de busca, traduz
Eu era sombra sussurrando amor, tanto!
Firmes passos, compassados, me induz
A rever a figura, recoberta por um manto,
Esboço difuso, desmanchando-se na luz!

Luciene Freitas é Escritora vitoriense, autora de dezenas de livros,
entre adultos e infantis.

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SONETO DO DESEJO (Poema) – por Luciene Freitas

  1. CORDEL DO CONTRADITÓRIO/4

    Sou poeta por vocação
    Não aprendi na escola.
    A minha escola é a vida
    Minha vida é uma bola
    Que o tempo vai chutando
    No campo que a vida rola.

    A poesia faz parte
    Desse mundo que eu vivo
    Observo tudo que vejo
    Interpreto e analiso
    E pra tomar decisão
    Eu passo pelo meu crivo.

    Não sou filósofo formado,
    Não sou padre nem doutor.
    Aprendo mas não ensino
    Porque não sou professor.
    Faço letras não faço musicas
    E nem sou compositor.

    Mas dou ritmo às minhas palavras
    Nos versos que vou fazendo.
    A minha mente vagueia
    Enquanto estou escrevendo.
    Vou ao fundo da memória
    Buscar o que estou querendo.

    Não sou sabidão em nada
    Do muito sei um pouquinho.
    Do pouquinho que aprendi
    Vou desfrutando sozinho
    Mas espalho de vez em quando
    Meus versos pelo caminho.

    Sendo assim eu vou fazendo
    Versos com simplicidade.
    Sem os rigores da métrica
    Sem os ranços da vaidade
    Sem o linguajar catedrático
    De quem tem autoridade.

    Tem aqueles que me criticam
    Tem aqueles que me elogiam.
    Tem os técnicos da gramática
    Que meus erros policiam.
    Os amantes literários,
    Que veem, leem e avaliam.

    Tem quem goste do que penso,
    Quem vê o modo que eu que vejo
    Faz parte do quem eu faço
    Valoriza o que escrevo
    E isso sim me incentiva
    Pra ser poeta me atrevo.

    Contudo quero é ser lido
    E quero ser comentado.
    Por quem acha que eu estou certo
    Ou quem acha que estou errado
    Só não erra quem não faz
    Já diz o velho ditado.

    Um cantador sem ouvintes,
    Um poeta sem leitor
    É como igreja evangélica
    Que não tem o seu pastor
    Ou um time de futebol
    Sem técnico nem jogador.

    Por isso é que agradeço
    A você que está lendo
    Estes meus versos matutos
    De quem aprendeu vivendo
    Já chegando ao final da vida,
    Mas antes da despedida
    Vou morrendo e aprendendo.

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