Sempre que tenho oportunidade estou lendo os livros que contam a história da nossa cidade, como também, artigos publicados nas revistas do Instituto Histórico que, de certa forma, contam  um pouco do cotidiano dos nossos antepassados. Por algumas vezes, “me perco” no tempo, lendo e relendo os jornais do século passado, editados na Terra de Antão Borges (a primeira pessoa a publicar jornal em Vitória em 1866).

Fico imaginando, por exemplo, como se sentiria, nos dias atuais, o saudoso ex-prefeito Manoel de Holanda, em assistir espaços públicos (praças e ruas) sendo “doados” pelos governantes em troca de votos.

Fico curioso também, para saber que vocabulário o Mestre Aragão, prefeito de nossa cidade na década de 1940, usaria em seus pertinentes artigos sobre a cidade, para classificar esse políticos “BONZINHOS” que adoram doar o que nunca, em tempo algum, lhe pertenceram.

Atitudes mal pensadas e a falta de um planejamento sério, aliada muita das vezes, ao  caráter dúbio, da maioria dos políticos vitoriense, em um passado não tão distante assim,    acabaram promovendo na nossa cidade, verdadeiras “pragas urbanas” e problemas, aparentemente, “insolúveis” para às próximas gerações .

Pois bem, no meu recente passeio por baixo do túnel da Rui Barbosa, até pouco tempo impossível de fazê-lo face a verdadeira FLORESTA ali existente, local por onde passava o trem, observei algumas construções, as margens da antiga linha férrea, digamos que, meio “suspeitas”.

Constatei também, que a rede hidráulica da maioria dos imóveis, construídos limítrofes com a via, despejam seus dejetos ali mesmo, a céu aberto, sem nenhum cuidado ou tratamento.

Ora! se no centro da cidade a situação está desse jeito, e a Prefeitura não toma nenhuma providência, imagine só, como estará a situação do  saneamento básico da nossa cidade nos bairros periféricos?

O Gestor da área então poderá responder: Ah! mais essas construções são irregulares…

Muito bem, então poderia perguntar-lhe:

Então quem foi, ou quem foram os políticos “bonzinhos” que “doaram” aqueles terrenos para que as construções acontecessem?

Pois bem, apenas a título de curiosidade, para saber em que período aconteceram aquelas construções, revirei meus arquivos e encontrei uma fotografia, registrada no início da década de 1970 que mostra aquela área, quando ainda não existia as tais edificações:

Foto atual: