A Pele que Habito uma resenha psicológica

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Como prometido trago para esta semana uma resenha sobre o filme A Pele que Habito, uma narrativa do cineasta Pedro Almodóvar. A película apresenta um mundo cercado de imprevisibilidades e vinganças, uma enorme contribuição para o cinema. Temas como identidade, processo do luto, segredos, relações familiares, sexualidade e patologias mentais prende o telespectador até o último minuto do filme. O médico Robert interpretado por Antônio Bandeiras vive uma crise existencial por razões diversas como a traição de sua esposa com seu irmão, o acidente no qual se envolve e depois seu suicídio, assim como o desajuste mental e o suposto estupro da sua filha seguido também de suicídio fez de Robert um homem cada vez mais desestruturado.

Este espaço serve para provocar um interesse pelo filme, fica impossível expor toda a sua magistralidade em algumas linhas, mas não por isso vamos deixar de explorar no mínimo sua principal construção a vingança de Robert contra Vicente o suposto estuprador. O cientista que começa a usar pessoas como cobaias em seus experimentos, sequestra o rapaz que esteve acompanhando sua filha em um evento social, por meio de um confinamento que duraram seis anos, com o uso de cirurgias e transgenia transforma seu corpo numa imagem feminina. Em vários momentos chego a pensar na síndrome de Estocolmo, é quando o sequestrado conquista a simpatia do sequestrador, mas no filme não acontece, pelo contrario quando Vicente na tentativa frustrada de fuga passa a faca no próprio pescoço, estaria desistindo da escolha emposta para ele, a única fuga real é quando através da técnica da Yoga ele tenta adentrar em si mesmo.

Vicente vive um estado subjetivo Anti Estrutura, ou seja, psicologicamente a pessoa está no limite entre dois estados de existência, a transformação em “mutante” quando muda sua pele e sua estrutura genital, mas não mudando o seu Eu psicológico. A estrutura apresentada no filme expõe expectativas de gênero afrontando os papeis sociais e sexuais. Ao final do filme surgem diversas perguntas, mas uma não cala: Será que Vicente foi o único que não morreu? Bem, diante da originalidade e irreverencia das tramas do Almodóvar esta fica sem palavras.

A Pele de Steven Shainberg com Nicole Kidmam é a sugestão para este final de semana. Próxima sexta-feira nos encontramos.

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