Momento Cultural: SÓ… – Por Júlio Siqueira

O TEMPO VOA - Júlio discursa na praça Diogo de Braga, por ocasião de uma solenidade comemorativa à fundação da cidade - do livro Júlio Siqueira Sinopse biográfica - Pedro Ferrer

Sou, apenas, UM no meio da multidão.
UM.
Apenas um
ser que se perde no borborinho da cidade,
em meio às pessoas que passam em velocidade
no vaivém de um mundo louco
e que se estiola pouco a pouco!…
Ó!…
Como é triste ser, apenas, um!
UM!…
Um ser que vive, tão só a sua vida,
sem participação,
sem outro coração
que divida a sua dor ou alegria
nesse mundo tão cheio de magia!…
Como é triste ser só!
Ó Cristo
Dá-me força para saber ser só,
e ter consciência que existo.
Que sou, apenas, UM
em meio a multidão!
Todos passam indiferentes…
Sou um ponto no meio dessa gente
que não me olha
que não divide nem sente
meu sofrer nesse instante
em que a alegria ronda-me
pela boca dos outros…
Ó! Cristo Jesus
Conforta-me. Mitiga minha dor!
Mostra-me a Tua afeição,
Dá-me um lenitivo.
Abra-me os Teus braços
e me estreitas no Teu coração!…

Júlio Augusto de Siqueira, vitoriense, nascido a 19 de março de 1920. Filho de Elvira e Joaquim Augusto de Siqueira. Estudou no “Colégio Santo Antão” e na “Academia de Comércio da Vitória”, não concluindo, porém, o curso comercial. Desde cedo começou a escrever na imprensa local, e posteriormente, na do Recife O DIA, JORNAL PEQUENO e, acidentalmente, no DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Vérseja acidentalmente. Jornalista e orador.

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