Sou, apenas, UM no meio da multidão.
UM.
Apenas um
ser que se perde no borborinho da cidade,
em meio às pessoas que passam em velocidade
no vaivém de um mundo louco
e que se estiola pouco a pouco!…
Ó!…
Como é triste ser, apenas, um!
UM!…
Um ser que vive, tão só a sua vida,
sem participação,
sem outro coração
que divida a sua dor ou alegria
nesse mundo tão cheio de magia!…
Como é triste ser só!
Ó Cristo
Dá-me força para saber ser só,
e ter consciência que existo.
Que sou, apenas, UM
em meio a multidão!
Todos passam indiferentes…
Sou um ponto no meio dessa gente
que não me olha
que não divide nem sente
meu sofrer nesse instante
em que a alegria ronda-me
pela boca dos outros…
Ó! Cristo Jesus
Conforta-me. Mitiga minha dor!
Mostra-me a Tua afeição,
Dá-me um lenitivo.
Abra-me os Teus braços
e me estreitas no Teu coração!…
Júlio Augusto de Siqueira, vitoriense, nascido a 19 de março de 1920. Filho de Elvira e Joaquim Augusto de Siqueira. Estudou no “Colégio Santo Antão” e na “Academia de Comércio da Vitória”, não concluindo, porém, o curso comercial. Desde cedo começou a escrever na imprensa local, e posteriormente, na do Recife O DIA, JORNAL PEQUENO e, acidentalmente, no DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Vérseja acidentalmente. Jornalista e orador.