Vê qual a mulher, mas sem hipocrisia,
que tem a tua alma ou a tua afeição,
e que a vida ilumine-te de poesia…
As mulheres p’ra o amor têm fascinação!
Faze-a tua esposa, tua alegria.
Com ela partilha na vida a ilusão.
Casa-te. No lar a alma não é vazia.
No amor bastardo é que se acha a perdição.
A mulher é flor que se deve colher
com a alma, porque só para o amor existe…
Nunca o amor volutuoso procures ter.
Ama… O amor a descrença fez menos triste.
Fugir deves, se queres viver contente,
do corpo da mulher possuir somente!
José Tiago de Miranda, vitoriense, nascido a 9 de junho de 1891 e faleceu a 29 de maio de 1960. Foi professor primário na Vitória, em Moreno e em Limoeiro, exercendo, em todas as cidades, o jornalismo. Foi proprietário e diretor de O LIDADOR a partir de 1932 até sua morte. Cronista, poeta e jornalista de alto valor. Seus filhos (Ceres, Péricles e Lígia) reúnem em volume muitas de suas crônicas e poesias, em livro “Antologia em Prosa e Verso”, comemorando o centenário de seu nascimento, aos 9 de junho de 1991. Do casamento, com D. Herundina Cavalcanti de Miranda, houve ainda um filho, Homero, falecido logo após a morte do Prof. Miranda.