Olhos de feiticeira, olhos de graça,
olhos encomendados no Japão,
olhos de grilo, de mulher brejeira,
olhos de luz, de sombra, de ilusão.
Olhos de sol, de sol ou de fogueira?
olhos de rosa, de interrogação
olhos de urtiga, olhos de laranjeira,
olhos de queimar cheios de emoção.
Os meus sonhos, em vós, cantam a Gueixa
e pensam em compor uma sonata
cheia de amor, de idílios e de queixa
De vossa dona que é a vossa nata,
– deixa-me repousar um pouco, deixa,
à sombra dessa, pálpebra que mata.
“O LIDADOR” 29.V.1926
José Teixeira de Albuquerque, nasceu na fazenda Porteiras, Vitória de Santo Antão aos 23 de agosto de 1892. Seus pais: Luiz Antonio de Albuquerque e Dontila Teixeira de Albuquerque. Estudou medicina na Faculdade da Bahia, porém desistiu do estudo no 3º ano. Casou em segundas núpcias com a conterrânea Marta de Holanda, também poetisa e escritora. Publicou o livro de versos MINHA CASTÁLIA e colaborou em várias revistas e jornais; tanto da Vitória como do Recife. Foi funcionário do Arquivo da Diretoria das Obras Públicas do Estado,com competência e zelo. Faleceu no Recife, no dia 2 de outubro de 1948. Não deixou filhos. Sua morte foi muito sentida entre os intelectuais, que não se cansaram de elogiar sua prosa e seus versos.