Nunca me esqueço da conversa que tive com um mototaxista. Ele me contou que não conseguia se libertar de sua mulher. Quanto mais ela pintava miséria com ele, mais o escravizava. Até de faca já havia sido agredido, levou esculhambação na Delegacia, vivia bêbado, teve que tirar o baço, uma verdadeira infelicidade, porém danado de enrabichado por ela. A Carteira Profissional do sujeito era borrada de sangue, de um pega pra capar lá na rua onde a jararaca morava.
Foi, foi, foi, até que, um dia, resolveu se CONVERTER. Engoliu corda de uma amiga e foi parar na Igreja. Chegou todo acanhado, com a mão no bolso, a cabeça baixa, olhando de bandinha, parecendo um matuto. Poucos dias depois, debaixo de oração, ouvindo o nome de Jesus, quando olhou para a mulher, enxergou o DEMÔNIO.
Contou que, apesar de tudo, ainda tentou levá-la para a Igreja, mas a camarada rejeitou o convite:
– Vamos para a Igreja, Fulana, em nome de Jesus! Deixa de tua cachorrada.
Não teve jeito. Estava acabado o casamento. Descobrira, então, que não havia relacionamento, coisa nenhuma, era tudo artimanha do SATANÁS.
Sosígenes Bittencourt