Nossa cidade, Vitória de Santo Antão, há muito vem padecendo de uma involução política. Desde meados do século passado, com a chegada ao poder do Coronel José Joaquim da Silva, avô de José Aglailson, que a sociedade vitoriense, aos poucos, vem abrindo mão do que existe de mais sublime na vida em coletividade: A LIBERDADE.
Basta dizer, que duas décadas antes da abolição da escravatura (1888), nossa cidade, em sintonia com os movimentos mais nobres do País, que empunhavam a bandeira de uma sociedade livre e mais igualitária, já produzia, em Terras Antonenses, movimentos libertários, mostrando assim, que na Vitória de outrora, existia espaço para o bom debate ou seja, os vitorienses respiravam os doces ventos da LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
Pois bem, salve engano, foi o Coronel José Joaquim da Silva, o primeiro prefeito na história da Vitória a colocar a família, literalmente, na carreira política. Fato este, que até hoje, mais de 50 anos depois, ainda amargamos uma sucessão de maus POLÍTICOS “brotados” do cenário local.
Além do José Joaquim da Silva Filho, também conhecido por Nô Joaquim, pai de José Aglailson, se apossaram do poder em nossas terras, outros descendentes com a composição genética do velho Coronel: Ivo Queiroz, José Aglailson, Henrique Queiroz, Aglailson Júnior e Henrique Filho. Outros parentes, menos afortunados, até que tentaram, mas não lograram êxito.
Pois bem, para completar a conjunção de fatores negativos desta verdadeira “engenharia política familiar”, por um descuido do destino, o médico Ivo Queiroz, apresentou nas praças públicas, para sucede-lo em 1982, um dos seus principais financiadores de campanha: Elias Lira.
Falando um português engraçado e bem orientado por Marco Maciel, Elias logo entendeu que a política era um ótimo negócio. Pouco tempo depois de sentado na cadeira de prefeito, cravou o “punhal da traição” nas costas de DR IVO, ao se aliar a Zé Augusto, principal adversário de IVO, e se profissionalizou no ramo da atividade política.
Elias gostou tanto do poder e dos benefícios dele, que mesmo bradando aos quatro cantos que era comerciante e não um político profissional, tal qual os outros – IVO, AGLAILSON e HENRIQUE – que chegou a ser prefeito quatro vezes e deputado pelo menos com três mandatos, ou seja, na prática fez tudo diferente do discurso.
Em algumas oportunidades, dizia Elias para pessoas mais próximas: “graças a Deus, meu filho não quer saber de política”. Também orientou seu rebento para repetir frases do tipo: “eu detesto política, por mim meu pai já tinha saído deste negócio”.
A encenação foi tão bem feita, que pessoas do próprio grupo políticos de Elias, juravam, de pés juntos, que tudo aquilo era verdade. Não sabiam eles, coitados, que Elias estava apenas esperando o filho se formar para debuta-lo na vida pública, até porque, inteligentemente, a “divulgação” do não interesse de Joaquim na carreira política, abriria vaga, pelo menos em tese, para qualquer um dos seus aliados, o que se configurou na prática em um ledo engano.
É bem verdade que a representação política em todo País vem amargando índices de rejeição aos mais variados campos políticos. Em nossa cidade a coisa também não é diferente, mas, para atenuar os efeitos da rejeição, em relação aos políticos locais e aspirantes a tal, os meio de comunicação, de propriedades destes mesmos sujeitos, procuram fazer, diariamente, uma espécie de LAVAGEM CEREBRAL na população para vende-los como “sujeitos bonzinhos”.
Portanto, para encerrar estas linhas, que de maneira sintética procurei fazer um pequeno histórico sobre a “fábrica” de políticos de chocadeira existente em nossa cidade, onde os pais apresentam seus filhos como lideranças, quando na verdade eles ainda não lideram nem suas próprias vidas, haja vista, que os mesmos são mais conhecidos como “filho de fulano” de que pelos próprios nomes, para dizer, que apesar do tempo e da consolidação do estado democrático de direito no País, nossa cidade, APARENTEMENTE, continua um CURRALZINHO ELEITORAL DE QUINTA CATEGORIA, ONDE, DE JOAQUIM DA SILVA A JOAQUIM LIRA, O POVO CONTINUA SENDO TRATADO COMO ELEITORES ANENCÉFALOS.
Concordo com o texto, por sinal muito bem feito, realmente em Vitória há essa “monarquia” em relação ao poder executivo. Mas a grande questão seria: Como mudar? Através do voto, sabemos… Mas como fazer a população vitoriense entender que seja necessário mudar?
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