Minha mãe tem razão quando diz que não assiste a novela porque a parte ruim pinta miséria o tempo todo para sofrer no fim. Na sua concepção é masoquismo.
A questão é a seguinte: primeiro veio MALHAÇÃO para ensinar a DESRESPEITAR, e depois veio GALHAÇÃO que é a prova do DESRESPEITO.
A moça se apaixona pelo carrasco do próprio pai, cuja mãe, que foi o grande pivô da agressão, também não consegue se desvencilhar de uma paixão pelo agressor que já dura mais de 20 anos. A quem serve este enredo? Às crianças? Aos adolescentes? Quanto custaria imitar Laerte? Outro dia, aqui na cidade, uma mulher separada do marido, estava dormindo com um namorado e saindo com o ex-marido. A cruzeta novelesca redundou no assassinato do namorado e na fuga do ex-marido. Um morto, um fugitivo, e duas crianças em pânico.
Sosígenes Bittencourt