Um dia de sábado, amanheci com um cidadão de Glória do Goitá em minha porta me perguntando se eu era Pai de Santo. Abismado com o paradoxo, pois nem cara de Pai eu tenho, quanto mais de Santo, resolvi interpelá-lo: – Embora não seja Pai de Santo, mas por questão de curiosidade, o senhor poderia me dizer o que o incomoda tanto?
– É que eu arrumei uma mulher casada lá em Glória do Goitá, e o marido dela está amolando uma peixeira para me matar. Eu queria que o senhor me ajudasse e me dissesse quanto era a consulta.
– Olha… eu vou te dar um conselho de pai e não vou te cobrar absolutamente nada. Arruma tuas malas, larga esta mulher e te dana de Glória do Goitá.
Sosígenes Bittencourt