Agora, inventaram essa expressão “comendo paima”. Coisa como “engolindo corda”, cuja vítima é o cacimbão.
Mas, pegando carona na moda, esse é um tempo propício para otário cair em cantada de político sabido, raposa velha em influenciar candidatura. O poderoso passa a mão na cabecinha do inocente, alisa o narcisismo do embevecido, e diz: “Você, hoje, tem voto pra ser vereador na cidade”. Aí, o influenciado vai dormir sadio e acorda candidato a vereador. Filia-se a partido que nem sabe traduzir a sigla. Depois de filiado, até a maneira de andar muda de cadência. Afaga menino, diz que o vizinho está jovem, a vida vai melhorar, o mundo não vai se acabar e que bom mesmo só Jesus. Toma pinga no balcão da venda, mete o pau na inflação, ri para os inimigos de estimação, vai às igrejas, ao estádio de futebol, vela defunto e chora em sepultamento. Sempre pensando que toda pessoa que conhece é um eleitor em potencial. Confunde popularidade com eleitorado. Ora… se o cara vende mangalho e ninguém lhe deve um pimentão, quem fez favor a quem? Ninguém. Depois, tem detalhe. Aquele que tem um dinheirinho, porque trabalhou e amealhou, não tem, necessariamente, gabarito para administrar uma cidade. “Ah! fulano é um homem próspero, enricou do nada. É um homem honesto e trabalhador, daria um bom prefeito.” Conversa mole pra boi dormir. Conhecemos incontáveis casos de políticos imaturos, eleitos por eleitores piores ainda. Portanto, meu vaidoso amigo, cuidado com a vivacidade dos sedutores, dos craques em inventar candidatura, não alimente tanta ilusão. Lembra-me o Eclesiastes: Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.
Dr. João Cleofas de Oliveira costumava dizer: O amor na política é mais forte do que no amor.
Prudente abraço!
Sosígenes Bittencourt