O grande equívoco é que quem pode perdoar é quem pode castigar, é o Juiz, o Carrasco, o Papa. Quem é castigado não pode perdoar, quem está com o pescoço sob a guilhotina não pode perdoar o carrasco, não lhe cabe o perdão. O perdão do torturado, do moribundo não tem cabimento, é subserviência, pura covardia.
Eu só posso perdoar o meu malfeitor, se eu inverter a posição, tomar-lhe a arma e apontá-la para a sua cabeça. Perdoar a quem deseja me matar é filosoficamente fora de sentido.
Sosígenes Bittencourt
De que adiantaria perdoar o carrasco, que resultado adviria desse benefício? A gratidão? O filósofo e prosador grego Plutarco (45 d. C. – 120 d. C.) advertia: Beneficiar um ingrato é mesmo que perfumar um morto.