Como bom folião do carnaval pernambucano, em particular o da minha terra, Vitória de Santo Antão, também me considero um “curioso” da história do nosso carnaval. Além de pesquisar nas fontes disponíveis, procuro, sempre que possível escutar histórias e fatos sobre nossa festa maior das pessoas com mais idade.
Entre algumas das pessoas que procuro ouvir, está o carnavalesco do coelho e folião de todas as agremiações, Antônio Freitas. Diferentemente da maioria das pessoas, o amigo Antônio Freitas está disponível o ano todo para falar de carnaval.
Outro dia, ele me disse que guardava com ele todos os PROSPECTOS do seu clube de coração, O COELHO.
Pois bem, certamente a palavra prospectos, para os mais jovens, deve soar estranho em se tratando de festa carnavalesca, uma vez que a palavra prospecto – ao pé da letra – significa folheto destinado a apresentar um produto comercial e distribuído com fins meramente publicitário.
É que tempos atrás, quando o carnaval da vitória tinha como força motriz as alegorias, os clubes, em seus desfiles, ofertavam as pessoas os prospectos para apresentar suas alegorias. Uma comissão se encarregava de caminhar bem a frente do carro alegórico para entregar os folhetos aos turistas e principalmente as pessoas que aguardavam o cortejo na calçada, geralmente em frente das suas casas.
Nestas folhas impressas, invariavelmente na Tipografia J. de Deus, constava uma espécie de “breve relato” dos clubes e seus respectivos enredos, além, claro, do nome das moças que adornavam o carro alegórico e a da diretoria, constando nome e cargo. É bem verdade, que alguns clubes também procurava simplificar, pois, naquele tempo, já havia uma corrente em algumas diretorias que dizia que só quem lia aquilo era o pessoa do clube rival para vê se encontrava algum erro.
Pois bem, independente de qualquer coisa, pedi ao amigo Antônio Freitas para que disponibilizasse seu arquivo para que pudesse imortaliza-lo no blog do Pilako e consequentemente no GOOGLE.
Portanto, segue abaixo o arquivo. Observe o cuidado do amigo Antônio com a história do “seu” Coelho, que no ano em que não houve prospecto, ele fez um manuscrito explicando o contexto do desfile ou até à falta dele.