Momento Cultural: O TEMPO E A ETERNIDADE – por MELCHISEDEC

Melchisedec

O que tem começo, meio e fim, não identifica o Eterno, cujas qualidades anulam o tempo.

O Eterno não está subordinado ao tempo. O que tem começo, meio e fim não exprime o que é Eterno. O que é Eterno não pode estar sujeito ao tempo, porque não tem princípio e nem fim, dura sempre.

O ser humano busca refúgio nas coisas ilusórias, efêmeras, que enganam os sentidos. É fácil verificar que essa coisas têm começo, meio e fim, tanto do ponto de vista físico como psicológico.

O homem preso aos conflitos interiores procura apegar-se a alguma coisa que satisfaça ao ego, que influencie o seu comportamento na sociedade. Esse apego o leva a pensar que esse estado de coisa ajuda livrar-se da angústia, da aflição, da perturbação, embora essa situação que serve de refúgio esteja presa ao tempo, ao instante, porque é ilusória e logo é recambiado para a realidade, a qual é ele mesmo. Essa coisa que por momentos pareceu ser a solução dos seus problemas deixa apenas um gosto amargo de desilusão, de melancolia, de profunda tristeza. Tudo isso são apenas fugas para encobrir as frustrações que ele busca para atingir um resultado antes projetado por sua mente em estado de perturbação, procurando apegar-se a alguma coisa que sirva a sua personalidade.

Percebemos que as ilusões mentais que nos apegamos pensamos ser reais, nada mais é que instantes passageiros, elevados pelo estado mórbido da nossa mente que sofre injunções, limitações do tempo, da continuidade, caracterizadas pela duração, isto é, começo, meio e fim, estão separadas da realidade, porque são criações lúbricas, atos, práticas, atitudes, que ocorrem quando buscamos ajuda no Eterno, como se o Eterno estivesse longe, separados de nós.

Podemos ser contestados por alguém, afirmando que os contatos breves, ainda que numa suposta realidade, preparam a pessoa para uma integração com o Eterno e o que hoje vemos como uma fantasia, amanhã poderá ser uma realidade.

Tudo o que sofre as injunções ou limitações do tempo é falso, visto que só busca o prazer.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 63 e 64).

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