Poucos amantes do futebol irão esquecer o traumático 08 de julho de 2014: dia em que a seleção brasileira levou 7 gols da Alemanha. O resto do ano foi meio apático e sem cores para quem comenta futebol, pois muitos sabiam que o futuro da seleção pentacampeã era incerto.
Porém, uma coisa era consenso: era preciso modernizar o futebol nacional. Já tínhamos assistido matérias demonstrando como funcionava o treino técnico dos alemães, e todas provavam que o Brasil precisava de uma transformação no esporte. Mas para a infelicidade geral da nação a CBF nomeia Dunga, que embora não seja um mal técnico, não representava a mudança tão esperada.
Embora surpreendente, é um pouco assim que os nossos representantes costumam “resolver” os problemas que ninguém mais suporta: todos desejam mudanças, reclamam, esperneiam; daí os dirigentes nos apresentam as mesmas e velhas soluções.
Podem acreditar, mas isso não foi muito diferente do que aconteceu aqui em Vitória de Santo Antão no ano de 1983. Dr. Ivo, a terceira geração de uma mesma família na prefeitura da cidade, apresentou uma novidade inesquecível para nós: o novo prefeito Elias Lira, comerciante e inexpressivo politicamente até ganhar as eleições por causa de seu padrinho. Desde então, a cidade amarga um ciclo de revezamento que já gira em torno de 50 anos.
É ou não é um sentimento parecido com o 7 x 1 da seleção? É como se depois de uma trágica experiência política e social, a cidade apresentasse o velho novo técnico, Dunga/Elias Lira, que praticamente não mudou em nada a realidade da cidade, apenas dividiu seus eleitores. Pois ainda convivemos com grande parte dos problemas daquela época: precariedade no transporte público, no saneamento, na educação, na saúde, além de corrupção, familismo, clientelismo, coronelismo etc.
Acontece que quando um modelo se esgota, não significa que ele morreu, pois ele pode continuar como um morto-vivo, paralisando a cidade. E é assim que grande parte dos vitorienses se sente: paralisados, pois muitos dos nossos representantes entranham as paredes da prefeitura e da câmara, sem apresentar nenhum tipo de mudança positiva, e teimam em não deixar que outros mais competentes e melhores intencionados possam ocupar o lugar.
O movimento #aposente surgiu dessa ideia: não basta mudar nossos governantes, mas é preciso aposentar velhas práticas, para que elas possam dar espaço para o que é realmente positivo para a sociedade. É por isso que lutamos pela ocupação de espaços para praticarmos as ideias que acreditamos: cautela com financiamento de campanha, ações mais republicanas nos serviços públicos, participação da população no mandato, agenda construída com a população etc. Acreditamos, sobretudo, que é possível desempenhar uma atividade pública eletiva sem recursos exorbitantes. Além do mais, vencer as eleições gastando tão pouco seria para nós e para a cidade uma grande vitória, pois ajudaria a quebrar o paradigma de que para ser vereador, prefeito ou conselheiro tutelar, é necessário comprar votos e gastar mais do que o político irá receber durante o cargo eletivo.
Assim, agradecemos muito o espaço aqui no Blog do Pilako, principalmente em virtude monopólio dos meios de comunicação na nossa cidade, dominado por grupos políticos que ecoam somete a própria voz. Tentaremos utilizar este canal da maneira mais republicana possível e tentando nos situar com as angústias da população.
Um dos integrantes do grupo, que sempre costuma nos inspirar com suas pérolas, certa vez disse: “se os nossos representantes fizessem o trabalho direito, não precisaríamos estar fazendo o que fazemos hoje, pois viveríamos bem em Vitória.” E é esse sentimento que nos move, pois não queremos simplesmente ganhar as eleições, apenas gostaríamos de uma cidade melhor para vivermos.
Grupo Aposente um Vereador Vitoriense
Boa… Obrigado pelo espaço grande Pilako, esperamos que as colunas agradem aos leitores e que façam o seu blog ainda mais interessante. Abraço..