Em meados da década de 70, personalidades que se destacavam mundialmente nas discussões acerca do meio ambiente, política internacional e econômica reuniram-se fundando o Clube de Roma. Discutindo como executar sobre ações sustentáveis. A partir daí, surgiu o que viria a ser um novo caminho para a forma de olhar e de administrar recursos, e as instâncias políticas passaram a se preocupar em criar modelos de crescimentos organizados que pudessem ser realizados sem comprometimentos ambientais, econômicos e sociais. Atualmente o termo que engloba os princípios de crescimento organizado é conhecido como Sustentabilidade.
Trazendo para nossa realidade de gestões municipais do Brasil, podemos observar que boa parte dos gestores não cumpre os limites máximos de utilização de recursos, nem projeta medidas que busquem melhorias ambientais, evidenciando cada dia cenários piores no nosso país.
Em Vitória de Santo Antão não enxergamos ações coniventes com os critérios e conceitos de sustentabilidade. Tais falhas observadas refletem também a falta de comprometimento das demais esferas governamentais, tanto à nível estadual quanto federal. Seja no cotidiano ou na própria mídia local, as incoerências ocorrem de forma visível a todos, podemos citar alguns problemas: abastecimento de água precário, desvio de rios, construções desordenadas em áreas impróprias, dejetos de esgotos despejados em rios sem nenhum tipo de tratamento, diminuição da área verde urbana acompanhado de cortes de árvores sem justificativas concretas, falta de conservação de prédios históricos (ambiente urbano), leis que acompanhem o cenário global de construções ecologicamente corretas e ausência de planos de incentivo ao turismo ecológico, são exemplos de ausência de uma gestão municipal eficiente no cenário no quesito ambiental.
Será que a situação em Vitória, encontra-se agravada pela terrível lógica de “gestão política partidária”? Nomeações de cargos sem critérios técnicos, apenas por méritos de campanha, implica em resultados negativos no desenvolvimento de políticas públicas eficientes.
Compartilho o pensamento de Miguel Pereira: ”Não há como não reconhecer a importância do planejamento urbano para permitir que haja uma cidade mais humana, seja numa sociedade que preze pelas relações democráticas e iguais em direitos; ou seja, numa sociedade de relações insustentáveis e profundamente contraditórias. Nelas há que se reconhecer o conflito nas relações sociais, para inicio de negociação dos riscos; e não poderá se transigir da presença dos setores excluídos e organizados no processo de elaboração do planejamento urbano. Essas questões que penso poderão suscitar e aprofundar o debate sobre o futuro das cidades.”
Caso não administre de forma coerente o crescimento, buscando visualizar necessidades futuras de forma coerente e planejada, pois precisaremos de mais recursos, vamos sempre fica lançando a pergunta “Será que estamos preparados ou podemos imaginar um futuro cada vez pior em Vitória de Santo Antão??