O Diário de Pernambuco do domingo passado, 12 de abril, trouxe no Caderno Viver, nas paginas 4 e 5, a listagem das mais influentes autoridades que estiveram na capital pernambucana, como também, relembrou os motivos.
Papa João Paulo II (07-07-1980).
Com relação a esta visita do Papa João Paulo II, gostaria de dizer que presenciei este grande evento “ao vivo”. Papai (Zito Mariano), católico fervoroso, colocou a família no carro e seguiu para Recife. Lembro como se fosse hoje. Ficamos “plantados” na Avenida Mascarenhas de Morais, no bairro da Imbiribeira, próximo ao Aeroporto, para acompanhar a passagem do Papa. Foram muitas horas de espera, mas tudo valeu apena, a missão foi cumprida, vimos o Papa João Paulo II passar no famoso “papa-móvel”.
Com relação a este acontecimento, não tenho a menor lembrança. Havia acabado de nascer e este momento, claro, não fez parte do meu mundo.
Já com relação a visita de Dom Pedro II, evidentemente, não estive presente, pois, a mesma ocorreu na segunda metade 19. Mas, independente de qualquer coisa, gostaria de dizer que todos nós, vitorienses, de certa forma, temos alguma coisa haver com este acontecimento.
Pois bem, foi exatamente neste evento em Pernambuco, envolvendo o Imperador e sua família, que nossa cidade, Vitória de Santo Antão, nos seus quase 400 anos de história, vivenciou um acontecimento sócio/político/econômico que ficou catalogado como o maior de todos os tempos.
Naquele tempo (1859), nossa cidade, já despontava como uma importante referência comercial no mapa econômico da região. Deve-se ressaltar também, que foi no início desta mesma década (1850) que Vitória acabara de passar pelo seu pior momento da história, onde metade de sua população havia sido dizimada (morta) em função da contaminação da COLÉRA MORBO.
Encontramos nos livro também, que a cidade passou por uma transformação urbanística só para receber o Imperador. Ruas foram organizadas, o mato foi retirado, as casas foram caiadas, todo percurso por onde a Família Real iria percorrer foi completamente adornados por arcos de plantas, a iluminação pública (feita por candieiros) foi reforçada e etc.
Com a permanecia do Imperador na nossa cidade, que durou três dias, a população acompanhou os rituais tradicionais que uma ocasião desta natureza exige. Missa em latim, com o tradicional “beija mão”, festas promovidas para o Imperador além, claro, de encontro reservados com autoridades e etc. O imperador foi ao Monte das Tabocas, a expressão maior de sentimento nativista da nação brasileira.
Foi escolhido, à época, a melhor casa da cidade para servir de moradia temporária para Família Real. Este Imóvel escolhido, hoje ainda chamado de CASA DO IMPERADOR, é o que serve de sede para o nosso Instituto Histórico e Geográfico da Vitória.
É importante dizer que após a visita do Imperado, Dom Pedro II, na nossa cidade, em praticamente três décadas depois, Vitória deu um “salto” de desenvolvimento em praticamente todas as áreas. No comércio, em 1865 surgiu um moderno prédio para comercialização de carne verde (mercado da carne), em 1866 editou-se o primeiro jornal da cidade (O Vitoriense). Na questão da cidadania, em 1973, virmos aparecer o Cemitério São Sebastião (este que nos serve até hoje). Como fonte de prosperidade em todos os segmentos, a estrada de ferro, ligando nossa cidade ao Recife, é inaugurada em 1886.
Portanto, eis aí, algumas das ações concretas, para que possamos justificar, que a visita do Imperador Dom Pedro II a nossa cidade, Vitória de Santo Antão, ainda na metade do século 19, tenha se constituído no maior acontecimento de todos os tempos para nós, vitorienses.