O designer Americano, Aaron Burns, imortalizou o impacto da apresentação com a seguinte frase: “você nunca tem uma segunda chance de causar uma primeira impressão”. Pois bem, é com esta frase que vou lembrar, mais uma vez, a situação calamitosa em que se encontram as entradas da nossa cidade.
Se não bastasse à falta de iluminação e as placas indicativas, a buraqueira, a poluição visual e as sucatas de ferro velho – jogadas às margens da via – o nosso “imponente” pórtico bem que poderia expressar o real sentimento da inoperância e o do descaso da medíocre gestão do Governo de Todos, que está no poder há sete anos consecutivos.
Muito bem, por ocasião da visita cultural à cidade de Sairé, realizada pelo Instituto Histórico, no último domingo (30), conheci um pouco do trabalho do atual prefeito que se encontra empossado no palácio municipal, há pouco mais de dois anos e meio, pois tomou posse, pela primeira vez, no dia primeiro de janeiro de 2013.
Devemos ressaltar que a pequena cidade de Sairé, localizada na Região Agreste do Estado, possui menos de 10% da população (11.000) da nossa, Vitória de Santo Antão (126.000) e que portanto, devemos deduzir, que o prefeito administra um orçamento financeiro ínfimo, se comparado ao nosso. De posse dessas informações, podemos dizer que a soma anual de toda renda da Terra da Laranja seria algo semelhante ao rendimento de apenas um mês da nossa Vitória.
Lá, na Terra da Laranja, a entrada da cidade é pujante, representativa e viva. Basta dizer, que é possível conhecer, logo na entrada da cidade, os símbolos e o Hino do município.
Nos quase quatro quilômetros que separam o pórtico da sede do município, encontramos, às margens da via, uma fileira de postes de um lado. Do outro, uma plantação de pé de eucalipto. As paradas de ônibus, salve engano dez, representam um conjunto de engenho da cidade que viveram seu esplendor produtivo entre o século 19 e 20. Cada parada, recebeu o nome de um engenho e trás, fixada em uma placa no local, um pequeno resumo da sua história.
O prefeito de lá, da Terra da Laranja, mesmo com pacos recursos conseguiu construir uma usina para tratar o lixo urbano, ou seja: lá, não há lixão a céu aberto. O tal projeto municipal foi intitulado: Sairé Saudável e traz como lema a seguinte frase: “CIDADE LIMPA NÃO É A QUE VARRE MAIS E SIM, A QUE MENOS SUJA”. Nesse pouco espaço de tempo a administração também inaugurou seu Museu Municipal, uma espécie de Instituto Histórico daqui.
Outra coisa que observei por lá, na Terra da Laranja, no município que tem rendimento dez vezes menor que nosso, é que o Mercado Público, construído em 1919, está preservado e funcionando bem, ou seja: diferente dos nossos.
Fixado na principal avenida de Sairé, identificamos um monumento que tem um busto que foi produzido, décadas atrás, pelo vitoriense Joaquim Ferrer, irmão do pai do professor Pedro Ferrer.
Portanto essas foram algumas impressões que pude colher da pequena, porém cuidada, Sairé. Para encerrar essas linhas ficam apenas duas observações: Se na nossa cidade as coisas não funcionam, não é por falta de dinheiro e capacidade, é por falta de interesse. Outra coisa: não podemos achar que na nossa cidade as coisas são “assim mesmo”, esse sentimento é tudo que nossos políticos indiferentes querem, pense nisso!
Vitória de Santo Antão é a cara do que não da certo no Brasil. Tudo aquilo que reclamamos do Brasil de uma maneira geral…Vitória representa muito bem isso.
A entrada de Vitória me incomoda – e muito! Muitos pensam que a instalação do Shopping mudou a cara da cidade – puro engano. Um centro comercial não deve e nem pode caracterizar a “primeira impressão” de uma cidade. O que se vê é muita sucata, muita sujeira e, ao se “distrair” vendo isso você cai em um dos vários buracos das vias. Mas não acaba por aí; os poucos prédios históricos que ainda estão erguidos são descuidados ou estão em desuso. As pessoas são mal-educadas (como são em boa parte do nosso país), jogam lixo no chão. Diversas ruas são mal iluminadas. Calçadas irregulares e sem acessibilidade. Esgotamento sanitário nem se fala… Falta amor à cidade em que se vive, dos governantes e de boa parte da população.
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