Com a chegada do mês de setembro, as agremiações partidárias entram na reta final do seu primeiro planejamento estratégico, rumo às eleições municipais que ocorrerão em todo Brasil no ano que vem. Nossa cidade, Vitória de Santo Antão, assim como a disputa pelo Governo do Estado, tem tradição em eleições polarizadas.
Houve um tempo, aqui na Vitória, há mais de meio século, que os políticos mais experientes, para enganar os bem intencionados, inventavam uma “Tal Candidatura de Consenso”, ou seja: os grupos políticos se reuniam para indicar um candidato que contemplasse os interesses de todos.
Como vítimas dessa manobra, tivemos vários nomes, entre eles, o bem sucedido industrial e fundador da Pitú, Seu Nô Ferrer. A última vez que se falou por aqui nessa “Tal Candidatura de Consenso”, salve engano, foi na década de 70 para lançar o nome de Luis Boaventura a prefeito, ocasião, aliás, tal como as outras, que não prosperou, até porque, não foi criada para prosperar apenas, como já falei, para enganar.
Pois bem como já disse inúmeras vezes: existe implantada na nossa cidade uma espécie de “código de ética” (com seu sentido invertido) que é seguido pelos grupos políticos tradicionais que, curiosamente foi, por me apelidado, de “cartilha do atraso”.
Neste contexto, os grupos que se revesa no poder municipal não podem denunciar os “maus feitos” do outro, pois, ele (o grupo) enquanto esteve no comando, também se utilizou das mesmas práticas políticas que envergonha o sentido da existência da PALAVRA REPÚBLICA.
O prefeito Elias Lira, representante maior de um dos grupos que rivaliza a chamada polarização, foi uma derivação política da raposa felpuda chamada Ivo Queiroz. Elias, depois que sentou-se, pela primeira vez, na cadeira de prefeito (1983), entendeu que o “negócio” era bom. Deu uma “punhalada” nas costas do seu mentor e cuidou de se profissionalizar também no ramo da política passando, inclusive, o “oficio” para seu filho, Joaquim – aquele que dizia detestar política e que por ele seu pai já devia ter saído desse negócio.
Representando a outra face da moeda, na chamada polarização política local, o folclórico ex-prefeito José Aglailson é um legitimo representante da “Capitania Hereditária Vitoriense”. Seu avô, O Coronel José Joaquim da Silva, foi prefeito por três vezes da cidade. Duas por nomeação e uma pelo voto popular.
Foi a partir do Coronel Zé Joaquim (bisavô de Aglailson Junior) que a famosa “cartilha do atraso” foi implantada na nossa Pólis. Entre outras coisas danosas ao nosso município, funcionando até os dias de hoje, também implantado pelo Coronel Zé Joaquim, foi a introdução de filho na política, ou seja: foi o bisavô do deputado Aglailson Junior que fez da nossa cidade uma espécie de Capitania Hereditária, um feudo familiar, isto é: o bisavô de Aglailson Junior foi prefeito da Vitória, por três vezes. O avô, Nô Joaquim, uma vez. O pai do atual deputado, o folclórico ex-prefeito, Zé do Povo comandou os destinos do município por duas vezes sendo, inclusive, o primeiro prefeito reeleito da história política da Vitória. Já o deputado Aglailson Junior, talvez alguns não lembrem, ele também já foi prefeito da cidade da Vitória por uma situação, criada pelo pai, quando o mesmo, na posição de prefeito viajou levando o vice (Biu da Morepe) debaixo do braço, assumindo assim o comando da cidade o então presidente da Câmara legislativa, o vereador Aglailson Junior.
Em tempos de aperfeiçoamento do regime democrático nas Américas e da queda simultânea dos últimos ditadores nos quanto cantos mundo, desconheço no Brasil republicano um município onde quatro gerações seguidas de uma mesma família tenham ocupado o cargo de prefeito na mesma cidade. Como dizia o Mestre Luis Gonzaga: “é de pai pra filho, desde 1912”.
Além do mais toda família, por mais de meio século, vem se beneficiando com os votos da cidade para se eleger deputado. Salve engano, foi um mandato do Nô Joaquim, seis do Aglailson pai e o filho, já vai na quarta legislatura seguida, sem contar, claro, com os mandatos de vereador conferidos aos membros do “FEUDO DO JOSÉ(S)”, por várias legislaturas..
Bem, com isso, quero dizer que a cidade da Vitória já deu a esse pessoal muito mais do que eles mereciam. Pelo andar da carruagem o deputado Aglailson Junior deverá, junto com sua irmã, ser o representante oficial do grupo vermelho na disputa pelo comando do município na próxima eleição (2016).
O irmão e também bisneto do Coronel Zé Joaquim, o Romero, também já “berrou” que quer sua parte no espólio eleitoral da família e já vem dando carga no seu nome para assegurar um espaço no legislativo local, ou seja, caso tenha êxito na empreitada, será mais um legitimo representante da “Cartilha do Atraso” a se beneficiar da herança política deixada pelo bisavô, Coronel José Joaquim da Silva.
Ora! Diante dessa gigantesca genealogia eleitoral, que ainda poderia ser citado o Coronel Honório Álvares dos Prazeres, é plausível que se diga que o povo da Vitória também tem sua culpa nessa verdadeira dinastia familiar, impregnada no poder por tanto tempo. O povo da Vitória também precisa criar vergonha na cara e demitir esse pessoal do “serviço”, da “boquinha”, o quanto antes. Já passou do tempo !!!
O pior disso tudo, é que o prefeito Elias Lira, por incrível que pareça, segundo os “cientistas políticos populares”, silenciosamente vem demonstrando interesse na fragmentação do seu próprio grupo para que, quatro anos mais tarde (2020), quando o grupo vermelho, por ventura, estiver terminado seu mandato, ele (Elias) apresente seu filho como salvador da pátria para novamente reunir seu grupo e manter a eterna polarização, desta feita, liderada pelos dois filhos dos atuais principais caciques da “Capitania Hereditária Vitoriense”.
A cidade precisa entender que Elias e Aglailson vão fazer de tudo para se perpetuarem no poder, através dos seus filhos. É bom que se diga, ao contrário do que a esmagadora maioria das pessoas pensam, os “reis” nunca serão inimigos.
Portanto, não vejo condições da nossa cidade avançar, rumo às melhorias em todas as áreas, se não for pela “expulsão” – pelo voto – desses pessoal, verdadeiros legítimos representantes da “Cartilha do Atraso”.
Sair de uma administração de Elias Lira e cair nas mãos do deputado Aglailson Junior é a certeza de que nada vai mudar. É a manutenção da dilapidação do patrimônio público em favor dos interesses eleitorais. É a confusão – proposital- do que é público com o que é privado. É a ocupação dos cargos da prefeitura pela “parentada”, sedenta pela “mamatinha” e … etc etc. Enfim, nossa cidade precisa acordar para não trocar seis por meia dúzia, ESSA É A HORA DE DEVOLVER VITÓRIA AOS VITORIENSES. PENSEM NISSO………
Tais mal informado pilako, o candidato do psb deve ser Alexandre queralvares, aglailson junior não tem força política e nem simpatia pra ser prefeito de Vitória, ele mesmo tem essa consciência, o candidato deve ser Alexandre Queralvares, e o candidato de elias lira deve ser Ozias valentin!
Ta certo, mais quem é Alexandre Queralvares, ainda acho que a Ana Queralvares é o nome mais forte, fora o Grande Aglailson!
Pilako,
Sobre a publicação na qual você citou o saudoso Professor Luis Boaventura gostaria de sugerir a você uma melhor apuração, para que não haja ambiguidade no texto. O professor Luis Boaventura foi, bem lembrado por você, um nome de consenso pelo respeito e admiração que muitos vitorienses contemporâneos dele, e até de gerações após a dele, tinham e expressavam ter por ele.
O que você não mencionou e deixou para seus leitores a dúvida é sobre o caráter do Professor Luis Boaventura, que ao perceber as regras do jogo que foram impostas, abandonou o projeto político.
Gostaria de aproveitar o momento para citar o nobre Procurador Rodrigo Janot ao questioná-lo o porquê desta extemporânea “exumação pública” do Professor Luis Boaventura.
Foi infeliz da sua parte ao citar o nome do Professor Luis Boaventura em uma frase com duplo sentido, dando a entender que ele foi um dos que enganaram o povo. Um absurdo dizer isto de um homem que tanto contribuiu com o município.
Mesmo tendo sido vítima e que se a ele houvesse alguma culpa “a morte é causa de extinção da punibilidade e não cabe a você fazer a inútil exumação pública de um cadáver”.
Então permita-me sugerir: não queria você mesmo reescrever aquele parágrafo?
Helio B. de Andrade
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