Para nós, que estamos constantemente trafegando pelo nosso Centro Comercial, o caos urbana da Vitória de Santo Antão, não mais nos assusta. Virou “paisagem”, é cena “comum”. Mas, para uma pessoa que chega, pela primeira vez em nossa terra, e olha para o nosso Antigo Mercado de Farinha, tendo como ponto de referência o patamar mais alto da Praça Duque de Caxias, convenhamos, é uma cena de algo semelhante a uma catástrofe.
Não custa nada lembrar, que a obra do referido Mercado configurou-se num divisor de águas na vida comercial da Vitória. A construção, para época, foi tão grandiosa que levou exatamente trinta anos para ficar totalmente pronta, ou seja: começou na gestão do prefeito Eurico do Nascimento Valois, – 1913 – e só veio a ter a formosura e detalhes que tem hoje, na administração do prefeito José Aragão Bezerra em 1943.
Em uma analise muito preliminar, não podemos imaginar que os possíveis candidatos a prefeito, apoiados pela atual gestão, possam, caso vençam a disputa, de fato, mudar esse quadro. Pois os dois nomes ventilados, até agora, o Paulo Roberto e Ozias Valentim, não trazem nos seus históricos pessoais nenhuma “centelha” de mudança. O Paulo, sentado na cadeira de secretário de cultura e turismo, até o presente momento (7 anos), não moveu uma palha para mudar essa situação e o Ozias, recentemente, disse que precisa “pegar na mega sena” para só assim, dá um jeito nesse negócio. Como se vê, caso esse pessoal sente na cadeira de prefeito, a partir de 2017, esta IMORALIDADE E INDIFERENÇA perdurará, por “séculos sem fim, amém”.
No entorno do Mercado, contudo, os problemas também não são poucos, pois não bastasse à falta de higiene e organização dentro da feira, o fluxo de motos no meio das pessoas é uma constante, ou seja: o problema não é só uma questão estrutural é também uma questão de falta de gerenciamento da ordem e das leis.
A gestão do Governo de Todos, mesmo após sete anos no poder e de ter prometido aos vitorienses que iria promover uma cidade “BEM ADMINISTRADA”, continua dando claros sinais que pouco se importa com o bom andamento da cidade.
Na Avenida Mariana Amália, principal corredor comercial e financeiro da cidade, os maus exemplos de gestão estão por toda parte. Entre outras coisas, podemos citar que até os espaços reservados para a mídia da própria prefeitura, estão abandonados e “denunciando” que o prefeito está governado no ritmo da despedida.
Se não bastasse à falta de médicos, remédio e atendimento nos vários postos de saúde do município, até as placas indicativas dos mesmos estão se desmontando sem que ao menos apareça um dos MILHARES FUNCIONÁRIOS PENDURADO NA FOLHA DE PAGAMENTO DA PREFEITURA para amarrar sequer, um cordão na fachada.
Como podemos observar, a gestão do Governo de Todos, comandada pelo prefeito Elias Lira, não tem MORAL ADMINISTRATIVA para pedir ao eleitor vitoriense que confie em alguém que diz que o prefeito “é bom” e que vai continuar melhorando esse atual MODELO DE GESTÃO.
Mestre Zé Guedes
Hoje, creio que pouquíssimas pessoas sabem que quem construiu os jazigos da primeira entrada do Cemitério São Sebastião foi meu bisavô, José Guedes da Costa. E não só, ele também esculpiu os frontispícios do Cemitério e do Mercado de Farinha.
José Guedes era pai de minha avó materna, Natércia Guedes Pereira. Ele morava em frente ao cemitério, onde hoje deve ser uma Casa Funerária que oferece espaço para velar os mortos. Conta, minha mãe, que levava bolacha com café para ele lanchar no canteiro da construção.
José Guedes não tinha formatura em nada e burilava suas obras com a ponta da colher de pedreiro. No braço, estava o caminho entre a intuição e a arte. Foi assim que cinzelou o brasão do Mercado de Farinha, ainda hoje do mesmo jeitinho, porque ninguém saberia refazer a arquitetura tal e qual o Mestre Zé Guedes, com a mesma desenvoltura, a mesma técnica.
Foi no tempo do fogo-fátuo. Minha mãe ficava pastorando o cemitério, escondidinha, para ver as línguas de fogo que saíam das covas. Eu ainda me lembro dessa história que contavam quando era menino lá na Feira das Panelas. A luz era da Pirapama, as ruas ensombradas, e o medo de caveira, de assombração.
Monumental abraço!
Sosígenes Bittencourt