No período que compreendeu os anos de 2013 e 2014, momentos de muitas discussões políticas no nosso país, inclusive com a participação popular – jornadas de junho e Copa do Mundo – avaliamos, naquela ocasião, que o maior legado deixado aos brasileiros, em virtudes daquelas convulsões sociais, foi o aumento na percepção política/administrativa, algo inimaginável em outras épocas, afinal sempre fomos o “país do futebol e do carnaval”.
Em função da operação Lava-Jato, que recentemente completou dois anos que foi instalada, o povo brasileiro está tendo outra ótima oportunidade, por assim dizer, de avaliar o comportamento dos nossos lideres políticos nacionais, assim como às relações “promiscuas” entre os atos políticos/administrativos vinculados à condução das campanhas eleitorais do Poder Central e seus aliados, nos mais diversos estados da federação.
Via de regra a maior parte das enérgias gastas pelos nossos gestores, nas mais diversas esferas do poder, são para formatar esquemas de como roubar o dinheiro do povo passando a impressão, claro, de estar trabalhando em prol do povo, algo, em certo ponto, até desafiador e estimulante, na medida em o “jogo” rende alguns milhões de reais.
Pois bem, engana-se quem pensa que essa “brincadeira”, tal qual acontece na Petrobrás/empreiteiras/Brasília, seja algo estranho e distante dos governo estaduais e prefeituras espalhadas pelos quatro cantos do Brasil. Certa vez, disse o advogado Mário de Oliveira Filho, defensor do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, implicado até o pescoço na Operação Lava Jato: “O empresário, se porventura faz alguma composição ilícita com político para pagar alguma coisa, se ele não fizer isso, não tem obra. Pode pegar qualquer “empreiteirinha” e prefeitura do interior do país. Se não fizer acerto, não coloca um paralelepípedo no chão”
O brasileiro, de todas as regiões, quer seja das cidades grandes, médias ou pequenas precisam começar a questionar os atos dos governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores, ou seja: como essas relações são materializadas, de fato, “debaixo do nosso nariz”?
Hoje pela manhã, por exemplo, ao sair da minha residência, localizada no bairro do Cajá, dei de cara com uma situação curiosa na rua aonde moro– Jornalista Célio Meira – que, indiscutivelmente, há mais de um ano não “viu uma vassoura”. Aliás, o mato parece já estar brotando do asfalto como se fosse algo, absolutamente normal.
Ora! A prefeitura da Vitória tem um contrato celebrado com a empresa LOCAR, dessa operação deriva milhões de reais por ano para varrer e limpar as ruas da cidade e porquê é, então, que essa rua, há mais de um ano não é varrida?
Para o Brasil mudar e melhorar, precisamos cobrar de todos, começando pelos nossos vereadores e prefeitos. Estamos vivenciando um momento histórico na República do Brasil. Vamos acordar!!