Perguntei a um velho mestre
Que tinha muito saber
Pra transformarmos o mundo
O que era preciso fazer?
Com um sorriso no rosto
Indagou-me se eu poderia
Fazer uma longaviagem
E encontrar o que queria
Mas alertou-me que a odisseia
Tinha difíceis caminhos
Também alguns labirintos
E que eu deveria ir sozinho
Disse-me os suprimentos
Que eu deveria levar
Essenciais sentimentos
Pra que pudesse caminhar
Alegria e gentileza
Caridade e empatia
Para unir todos eles
Fraterno amor resolveria
Pra vencer todas batalhas
Que eu iria enfrentar
Indicou-me quais as armas
Que não poderiam faltar
O elmo da filosofia
A espada da ciência
A armadura do porque
E o escudo da prudência
Perguntei qual direção
Minha jornada seguiria
Respondeu-me o velho mestre
Que um mergulho eu faria
Explicou-me que o mergulho
Era um tanto controverso
Pois no âmago da alma
Está o centro do universo
E sendo o mundo um espelho
Que reflete o nosso ser
Lá no cerne da existência
Buscai a te reconhecer
Ao regressardes desta viagem
Encontrarása tal mudança
A verdadeira alquimia
Da humanidade a esperança
E na construção universal
Tomarás perfeito assento
Quão justas tuas medidas
E aprumadas ao firmamento
Agradeci ao velho mestre
Quando a lição chegou ao fim
Pois aprendi a mudar o mundo
Mudando o mundo em mim.
João do Livramento.