Passados os primeiros onze meses da nova gestão municipal, comandada pelo prefeito Aglailson Junior, nota-se que não houve novidades substancias no ritmo administrativo. Passado o ápice do velho “mantra” da crise financeira e do desmonte administrativo, imputado à gestão anterior, a maioria das pessoas não consegue enxergar algo novo, algum “sinal de fumaça”, que as coisas possam verdadeiramente ganhar outro contorno. Como diz a frase: “tudo como dantes no quartel de Abrantes”.
Apenas para ficar na questão da rotina da limpeza nas galerias pluviais do nosso centro comercial constatamos, na tarde de ontem (28), na Praça Leão Coroado, que as mesmas permanecem totalmente entupidas.
É impossível imaginar que, até o presente momento, o prefeito, juntamente com todo seu secretariado, ainda estejam “arrumando a casa”. Varrer ruas, trocar lâmpadas, podar árvores, limpar galerias e coletores pluviais, por exemplo, devem estar catalogados em “rotina administrativas”, algo elementar, na chamada governança……simples assim!
Nesse primeiro ano de gestão o prefeito Aglailson Junior, aos olhos da maioria, mais decepcionou que surpreendeu. Aliás, as pesquisas para consumo interno devem lhe dizer exatamente isso. Mas, como na cabeça dos políticos o ano de 2017 foi apenas “uma travessia”, o leme administrativo já deve está sintonizado com as eleições de 2018, quando, através dos seus candidatos, deverão ser novamente avaliados pelos eleitores. Mesmo não sendo nada racional, a população já se acostumou com isso e, mais uma vez, deverá chancelar o modelo, indo às urnas para hipotecar sua solidariedade ao cruel sistema vigente.
Pilako, seria de uma utopia gigantesca achar que o atual prefeito faria algo de diferente do que já foi feito (ou seja: nada de tão significante) por seu antecessor ou até mesmo pelo seu próprio grupo quando esteve no poder em outras ocasiões. Vitória de Santo Antão é a terra das oligarquias, e Elias Lira, José Aglailson, Henrique Queiroz, e agora seus respectivos filhos, nada mais são do que os velhos coronéis que se reversam no poder e mantém nossa cidade cada vez mais estagnada ao passar de cada mandato. Infelizmente nossa população (ou pelo menos a maioria dela) é cúmplice desse atraso político, e como dizia o filósofo francês Joseph-Marie Maistre: “cada povo tem o governo que merece”. Essa expressão, tão conhecida, é datada de 1811, e mesmo 206 anos depois, continua atemporal por aqui, já que os desmandos de nosso executivo municipal, cabem perfeitamente como punição àqueles que tem o direito ao voto, mas não sabem usá-lo, assim como acreditava Maistre. O vitoriense se acostumou a votar em uma cor, não em um indivíduo. E cabe a cada um defender com fervoroso e até violento fanatismo, a cor que melhor lhe for conveniente, assim como defende seu time de futebol, pouco se importando com o histórico desses senhores na política ultrapassada praticada em nossa cidade. Claro que tudo isso não é invenção vitoriense, o Brasil inteiro sofre com o mal a que Bertolt Brecht batizou de “analfabetismo político” em uma de suas peças. A precária situação política de Vitória só vai mudar quando nenhuma dessas figurinhas políticas tarimbadas no quesito “picaretagem”, derem mais as caras por aqui. Mas claro que isso é apenas a minha humilde opinião.