Pássaro pousado,
és uma estação,
sol sobre as colinas,
cálido verão.
Mesmo que te vás,
não vieste em vão.
Deixarás em mim
teu alvo clarão,
o denso esplendor
da tua canção,
teu sumo, teu fruto,
teu mel, tua mão.
Mesmo que te vás,
não vieste em vão,
ó força do sim,
beleza sem não.
Terei conhecido
a flor e o pão,
e tudo que eu canto
virá do teu chão.
in “Tempo de Espera” – Antologia organizada pela
Soc. Artística e Cultural Vitoriense – 1966.
Osman da Costa Lins, vitoriense, nascido a 5 de julho de 1924, desde jovem começou a escrever, sendo um dos mais férteis escritores nacionais. Tem cera de quinze livros publicados, contos, romances e peças teatrais, além de escritos vários a publicar. Faleceu em S. Paulo 8.7.78. Fazia versos acidentalmente.