Enquanto o eleitorado brasileiro continuar entretido no debate menor, algo que está mais vinculado às emoções – conceitos culturais e religiosos – os principais problemas do Brasil vão passando em brancas nuvens. Existe candidato, por exemplo, que diz que vai ser implacável com a bandidagem, mas não conseguiu sequer cuida da sua própria segurança. Já outro, diz que vai fazer o Brasil voltar a sorrir, no entanto foi o seu partido, há pouco tempo no poder, que mergulhou o país na mais braba recessão da sua história. A maioria do povo, coitado, não consegue distinguir o que é catinga nem cheiro!!
Com esse calendário eleitoral apertado, produzido sob medida, por esses mesmos congressistas que querem se perpetuar no poder, quanto mais o povo se dividir, em quem é contra ou favor do aborto, quem é homofóbico ou não e se a ditadura é melhor que a liberdade, estaremos, mais uma vez, na qualidade de nação, dando-lhes um cheque em branco para nos guiar ao abismo mais próximo….
Ostentamos a terceira população carcerária do mundo. Para reverter esse quadro algum dos treze candidatos, concretamente, já propôs algo? Esse é apenas um dos grandes problemas nacionais que nenhum candidato quer encarar!!
A carga tributária brasileira, há trinta anos (1988), girava na casa dos 23,86%. Quando o presidente Fernando Henrique assumiu, em 1995, já era 28,06%. Ao deixar o governo, em 2002, a carga tributária já havia saltado para 32,03%. Quando o presidente Lula deixou o cargo, em 2010, os impostos já chegavam ao patamar de 33,38%. Ou seja: os discursos, de lado a lado, podem ate ser diferentes, mais a prática é a mesma.
Por incrível que pareça cerca de 70% da carga tributária incide sobre o consumo. Isto é: proporcionalmente os mais pobres pagam mais. Na qualidade de arrecadadores de impostos (Brasil) somos “lobo mal” para os pobres e “chapeuzinho vermelho” para os ricos.
Nesse contexto, porém, candidatos a presidente da república, deveriam ser autorizado pela Justiça Eleitoral um anos antes, para que os grandes problemas nacionais fossem colocados no centro do debate. Quarenta e cinco dias para ocupar os meios de comunicação de massa e debater o que realmente interessa a nação é a mesma coisa que “passar manteiga no focinho de gato”. Infelizmente, pelo andar da carruagem, teremos mais problemas pela frente…..