Misturamos e trocamos
As salivas em cada beijo.
Comemo-nos e saciamo-nos
No vil desejo.
Somos cúmplices caprichosos
Morrendo e renascendo em cada beijo.
Se é justo, sagrado ou profano,
Impróprio, imoral ou sacrilégio.
Atire a primeira pedra
O puritano.
Entre culpas, remorsos e desatinos,
Não sou homem adulto ou menino.
Julgamentos precisos ou imprecisos
Que se façam.
Se o sabor da vida é criminoso
Sou réu confesso e condenado,
Perante as correntes e amarras do destino
vivo acorrentado.