Diz um ditado popular que “eleição é feito mineração, só se sabe depois da apuração”. Na fase de arrumação e até no transcorrer da campanha, para qualquer postulante, os apoios serão sempre bem vindos. Os políticos com mandatos – no caso prefeitos e vereadores – são os mais cortejados para, na medida do possível e com base nos seu histórico eleitoral, empinarem as campanhas dos candidatos a deputados, senadores e governador.
No caso da Vitória de Santo Antão, ao que parece, os vereadores não estão mais se interessando em apoiar candidaturas “de fora”, isso porque seriam automaticamente avaliados, após o pleito, pela quantidade de sufrágios por ele “conseguido” para o seu indicado. Ou seja: o vereador que entrar numa “embarcação de fora” seria obrigado a “suar a camisa” para provar que é bom de urna e “entregar a mercadoria que ele vendeu”. Correndo o risco, assim, de passar por vexame!!
Assim sendo não há a menor dúvida que para os atuais vereadores antonenses a situação mais cômoda, tranquila e segura é apoiar os candidatos “filho da terra”. O voto que aparecer no seu respectivos redutos eleitoral, hipoteticamente, seriam os seus. Ou seja: ficariam “bem na fita” de todo jeito!!
Pois bem, em se tratando do recente pleito, ocorrido no último dia 07 de outubro, parece-me que tanto o grupo do “amarelo” quanto o “vermelho”, diga-se candidaturas de Aglailson Victor e Joaquim Lira, compraram “Gato por Lebre”.
Seria possível fazer vários tipos de aferição, mas se levarmos em consideração apenas o somatório de votos obtidos na eleição de 2016, pelos vereadores antonenses, que foram “contratados” pelo deputado Joaquim Lira percebe-se que ultrapassa a quantidade de sufrágio recebido por ele em Vitória. Isto é: a soma dos votos dos vereadores juntos que lhe hipotecaram apoio consagrou 15.693, no entanto, ao abrir as urnas e contar os votos o Joaquim só obteve 14.333.
Já no caso do “acerto” com o grupo vermelho, liderando pelo atual prefeito Aglailson Junior, que aliás juntou mais vereadores do que o oponente direto, a “entrega” dos votos foi menor, em relação ao somatório aludido. Isto é: a soma de todos os votos dos vereadores que apoiadores do projeto eleitoral foi de 17.970, enquanto que o seu candidato (Aglailson Victor), nesse caso o “contratante”, extraiu das urnas locais um volume bem menor de sufrágios nominais (14.694). Nesse contexto, porém, devemos levar em consideração que o Elias Lira e o prefeito Aglailson Junior, não foram indutores voto algum para os seus respectivos filhos candidatos.
Na contramão desse raciocínio, por assim dizer, os votos conseguidos pela candidatura do Henrique filho, na nossa cidade, com apenas o apoio de um vereador (Frazão) foi, digamos, exponencialmente expressivo em consideração aos dois últimos casos apresentados.
Dentre os tantos apoios espontâneos e outras inúmeras trocas e acertos diversos, ocorridos nessa eleição, na nossa cidade, podemos exemplificar pelo menos mais dois casos: um, teoricamente, mal sucedido e o outro exitoso, do ponto de vista do interesse e da fidelidade.
No primeiro caso, anotamos o pífio desempenho do candidato a deputado federal André de Paula (em Vitória) que recebeu o incondicional apoio dos amigos Ozias Valentim e Décio Filho, juntamente com o vereador Mano Holanda. Com esse grupo o André conseguiu apenas 540 votos. Na outra ponta, contudo, exemplificamos à expressiva votação do desconhecido deputado, Everaldo Cabral, na nossa cidade, fruto da articulação e do total empenho de um pequeno grupo, capitaneado pelo cabo empolgado Edinho de Uma.
Como podemos observar, voto não é uma “mercadoria” fácil. Existem muitas variáveis e inúmeras possibilidades, mas uma coisa é certa: sem empenho e com o apoio só da boca pra fora as coisas ficam ainda muito mais difíceis!!