Momento Cultural: Ante o Tabernáculo – Por Corina de Holanda.

Contemplando a prisão arquibendita

Onde se oculta o Augusto Sacramento

Pleno de amor meu coração palpita,

Da terra afasto, inteiro, o pensamento.

Insondável mistério! A infinita

Majestade de um Deus, no isolamento,

Nas estreitezas dum sacrário habita…

Terno Jesus! Quão grande é o meu tormento,

Em pensar que não sou como devêra!

– eu quisera, meu Deus, que, como a cera

Que arde feliz tão perto do hostiário,

Meu coração em puro amor ardesse

E à chama desse amor, se derretesse,

Se consumisse à vista do sacrário.

1925.

(Entre o Céu e a Terra – Corina de Holanda – pág. 42).

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