Por cordialidade do amigo Jurandir Soares, sabedor do meu interesse pela boa leitura, recentemente, fui presenteado com o livro “Pernambuco em Chamas”, do jornalista e historiador Vandeck Santiago. Basicamente o seu conteúdo coloca luz na relação dos EUA com a Região Nordeste do Brasil, no contexto da chamada guerra fria e pré-golpe militar de 1964. Passa também por uma boa explicação na vocação esquerdista da capital pernambucana – Recife.
Ao mundo, por assim dizer, à miséria e o estado de calamidade pública vivenciadas na zona rural do Nordeste Brasileiro foram reveladas por importantes veículos de comunicação internacional, então, “barril de pólvora” para um levante das classes camponesas no sentido de uma revolução contra o sistema posto, tal qual o ocorrido na Ilha de Cuba, pela liderança do Fidel Castro.
Nesse contexto, porém, nossa Vitória de Santo Antão recebeu atenção especial. Os movimentos dos camponeses no Engenho Galileia, a partir de 1955, no sentido da organização da classe, são observados com bastante atenção e, em alguns casos, repressão.
Não à toa, um dos irmãos do presidente dos Estados Unidos, John Kenndy, o Edward, juntamente com então presidente da SUDENE, Celso Furtado, estiveram nas terras do Engenho Galileia para conferir “IN LOCO” as informações que chegavam à mesa de um dos homens mais poderoso do mundo e referência do século XX (John Kenndy), via relatórios dos emissários.
Entre outras reivindicações dos “galileus” – no que se referia à falta de energia elétrica na localidade – o irmão do presidente dos EUA, Edward, prometera, assim que chegasse no seu país de origem enviaria um gerador à localidade. Promessa feita, promessa cumprida!! Mesmo sem nunca haver entrado em funcionamento, o referido Gerador permanece nas terras do engenho, por mim constatado em visita recente.
Em outro capitulo, que trata das eleições pernambucanas de 1962, em que o vitoriense João Cleofas disputou o cargo de governador com Miguel Arraes, o autor narra o interesse e até da interferência no processo eleitoral dos americanos. Assim sendo, para os que desejam saber um pouco mais sobre a história de Pernambuco e da Vitória de Santo Antão aconselho mergulhar de cabeça no referido opúsculo.