Para quem curtiu o dia de ontem, 02 de junho, e hoje saiu contente de casa para começar a semana debaixo de sol forte, céu azul e tempo firme, certamente, não se recordou da tragédia ocorrida justamente nesses dois dias (02,03 de junho 2005) na nossa cidade, exatamente há 14 anos. A enchente de junho de 2005 ficou catalogada na história do nosso município como um dos piores acontecimentos coletivo já registrado.
Apenas para termos uma ideia do caos, por assim dizer, outro fato similar, antes anotado como o pior das últimas décadas, conhecido como “ a cheia de 75”, na qual Vitória foi terrivelmente atingida, registrou-se no mês de julho daquele ano (1975) precipitações pluviométricas de 436mm. Em junho de 2005 o índice foi de 621,7mm. Apenas nos dias 02 e 03 de junho, nossa cidade foi “castigada” com 250mm, segundo dados oficiais.
Devido ao grande volume d’água boa parte da cidade ficou inundada de maneira rápida. Boa parte da periferia, sobretudo às áreas ribeirinhas, tiveram casas destruídas, causando o maior número de desalojados e desabrigados da sua história. O setor produtivo também foi duramente atingido. O comércio do centro da cidade ficou totalmente paralisado com a fúria das águas. Lavouras destruídas e as agências bancárias com equipamentos submersos. Serviço de fornecimentos de água potável foi danificado e etc, além de pontes destruídas, tal qual à cabeceira da Ponte do Galucho.
Além da ocupação de vários espaços públicos (escolas) pelos desabrigados, uma rede de solidariedade foi criada em vários segmentos da sociedade – Igrejas, clubes de serviço, órgãos governamentais, entidades classistas e etc, na tentativa de atenuar os efeitos da tragédia. Registremos, porém, que a cidade demorou para entrar “nos trilhos” e voltar à “vida normal”.
Essas escassas linhas, evidentemente, não tem a pretensão de narrar fielmente o cotidiano da tragédia. Tem sim, o sentido pedagógico de “disparar o gatilho” da memória, fazendo com que as pessoas que vivenciaram os fatos citados relembrem os acontecimentos, assim como informar, mesmo que superficialmente, os mais jovens.
Para concluir deixou algumas perguntas no ar: o que aprendemos com os relembrados acontecimentos? Quais medidas foram tomadas no sentido da prevenção de novas tragédias? Será que estamos trabalhando para evitar ou atenuar danos por chuvas fortes na nossa cidade?