Na mocidade,
a razão quase sempre se encandeia,
tornando a vida uma mera ingenuidade.
O cérebro da humana criatura
– quem é moço concebe
ser uma taça de ilusões bem cheia
que o coração segura e a alma bebe.
Mas, a velhice vem
fermentando a bebida outrora pura…
e o coração, que forças já não tem,
vendo a alma fugir, derrama a taça,
que ao se precipitar de grande altura
no chão se despedaça…
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 25).