Era uma vez um pássaro que nasceu nos tempos vindouros da humanidade
Quando ainda existia bicho desconfiado.
O pássaro cresceu e mostrou-se transformista
Teve cores de canário do império, galo de campina, patativa, craúna, azulão…
ROUXINOU, CABOCULINHO
Sabiá, joão-de-barro, periquita
Chegou a hora
Quis virar papagaio e capitão.
Levou uma pancada no juízo e desandou da evolução.
Bebeu veneno como elixir
O pássaro mítico girou no sol sem razão
Encontrou o mar Pânico
E não se tornou canCÃO
Agora é Bem-te-vi que maravilhas!
Tem a chave de onde mora
Também medo de arpão
Não sabe o caminho ao continente
Abre a janela pra luz entrar;
Fecha de noite
Assim tia coruja jamais chegará
Finalmente estufa o peito
jazigo perfeito
Pra morte murchar
Rildo de Deus – POETA E ESCRITOR