Na frente de minha casa, um catador de lixo, degradado, cata comida entre sacos de plástico biodegradável.
Porém, nada ensaca sem cheirar, amolegar ou chupar o dedo. Muito cuidadoso, vai separando o que julga comestível entre os detritos orgânicos em putrefação.
Olha para um lado, para o outro, como se temesse ser expulso de sua refeição por algum burguês metido a brabo.
De repente, todo espantado, é convidado por uma vizinha ao lado, que, generosamente, oferece-lhe pão limpinho em saquinhodegradável. Ele sorri, atravessa a rua e o recebe. Mas, devido à situação, retorna à degradante catação.
Depois, se cata e some em meio à poluição.
Degradado abraço!
Sosígenes Bittencourt