Outro dia, um cidadão me perguntou por que a menina dele não falava com ele. Como eu não a conhecia, perguntei: – O senhor conhece algum motivo?
Aí, ele, laconicamente, me respondeu: – Não.
– Ela usa a internet? – perguntei-lhe.
– Eu penso que ela mora lá. – respondeu o cidadão.
Aí, eu dei a sugestão: Compre um computador e peça para ela adicioná-lo como amigo no Facebook. Aí, você conhecerá sua filha virtual. Ela mora lá. Sua filha virtual não é sua filha real. Sua filha real é uma menina imaginária, fruto de sua fantasia. Sua filha virtual é uma menina que você não conhece. E, para você parecer virtuoso, não a procure para fazer nenhuma crítica às suas amizades e seus gostos. Porque estará se intrometendo na vida dos outros, pois sua filha é uma ilustre des(virtuada) da antiquada educação doméstica de seus antepassados.
Des(virtuado) abraço!
Sosígenes Bittencourt