A TELEFONISTA do Hotel, em Lisboa, transfere uma ligação telefônica interna para o meu apartamento. Eu estava, escrevendo uma carta de agradecimento a uma família que me deu hospitalidade na sua histórica casa de campo existente entre Torres Vedras e Cadaval, no coração do oeste de Portugal. A casa, com um alpendre que faz lembrar o chalé de Serafim e Marieta Moura, na Praça Diogo Braga, localiza-se perto de uma serra, do campo coberto de vinhas e de pomares, além de bosques, parreira se olivedos que se estendem numa beleza rara até o mar. Ali, eu conheci a paz do campo, a infinita paz que só encontrei até hoje nos campos antonenses da Mata.
Trata-se de Isabel, uma jovem e bem informada arquiteta portuguesa do Alentejo, que ama a Fotografia como arte maior. Avisa-me que está à minha espera para jantar e troca de ideias sobre um longo ensaio fotográfico que desejo produzir sobre os traços da arquitetura portuguesa dos séculos XVIII e XIX, em Olinda, no Recife, na Vitória de Santo Antão e em algumas cidades antigas do sertão de Pernambuco. Não a conhecia pessoalmente mas ouvi falar de seu interesse sobre o assunto, principal motivo do nosso encontro marcado há mais de um ano.
Marcus Prado – Jornalista