Desde os primeiros movimentos públicos de grande repercussão do então juiz federal Sérgio Moro que passei, através da imprensa, a observa-lo. Suas ações, dentro de um conjunto de iniciativas, despertou admiração e ódio ao mesmo tempo. Pavor dos que estavam acostumados com o “sistema”. Esperança para um sem número de brasileiros que estavam cansados de tanta impunidade.
Foi apenas com a sua pena que o magistrado chegou aos pícaros da fama. Seu nome ultrapassou as fronteiras em todas as direções. Diz um adágio popular: “em guerra de sapo, de cócoras com ele”. Aqui e acolá, o mesmo cometeu alguns excessos e ultrapassou a linha que lhe cabia, mas também não se pode achar que no submundo da pilantragem exista algum tipo de regra que não seja o de se dá bem e continuar livre, leve e solto.
No meu modestíssimo entendimento, até porque existe muita coisa que não temos ideia de como foi processada, acho que o seu primeiro grande passo errado foi abrir mão do seu espaço, construído com “sangue, suor e lágrimas”, em troca de um salto no pantanoso oceano político. Aliás, aos amigos mais próximos, na ocasião da sua ida para o ministério da justiça, confessei meu descontentamento, até porque, até então, não imaginava que o mesmo poderia ser seduzido pelo enigmático canto da sereia política.
Passados nove meses no cargo, o ex todo poderoso juiz federal de primeiro grau, já deve ter entendido que o “buraco é mais em baixo”. Não são os atos de oficio que mudam os movimentos da classe política nem os das suas excelências da corte suprema. Quem muda a sociedade são os exemplos. Quem muda comportamento coletivo é a devida aplicação da lei, sobretudo na direção dos que se acham intocáveis.
No que se refere às questões de combate à corrupção e lavagem de dinheiro, desde de que o então e incontestável juiz Moro transferiu-se para a cadeira de ministro, até o presente momento, as mesmas tem caminhado no sentido contrario daquilo que o levou a unanimidade nacional. Daí a minha pergunta: até quando o Moro vai aguentar tanta humilhação? Nesse ritmo, nem sua biografia será salva…..Te liga Moro!!!