Sob os cuidados e proteção da “Casa do Imperador” – Instituto Histórico e Geográfico da Vitória – repousam incalculáveis informações sobre a nossa Vitória de Santo Antão. Muitas delas já devidamente expostas no seu rico museu. Transitar na chamada “linha do tempo” do labirinto histórico da casa, através das peças e do material impresso – sem sombra de dúvida – é vivenciar o cotidiano dos nossos antepassados num eterno diálogo de interpretações. Essa é minha impressão!!
Recentemente, através de um exemplar da “Revista Comemorativa Epopeia”, que teve como objetivo marcar, em 1945, o tricentenário da Batalha das Tabocas, ocorrida em nosso solo em 3 de agosto de 1645, pude “mergulhar” numa Vitória de Santo Antão bem diferente dos dias atuais. Com efeito, interpretar os costumes e entender o contexto social, econômico e político da metade do século XX, sobretudo de uma cidade localizada no interior da Região Nordeste, inevitavelmente, nos coloca diante de tantas outras novas indagações no que se refere ao “novo mundo” globalizado que está posto.
No conteúdo do exemplar constam artigos, homenagens, fotografias e muita propaganda comercial. A quase totalidade dos anunciantes nem existem mais. Dentre eles, pelo menos um chamou minha atenção: se hoje estamos acostumados a ver o nome da internacional “Pitú” estampado, com destaque, em tudo que diz repeito ao nosso torrão, na época da publicação da revista, onde a marca ainda não havia chegado à sua primeira década de existência, observamos que a mesma já investia forte nas boas causas antonenses. Isso revela um alinha de atuação! Afinal, são décadas e décadas na mesma direção e linha (sintonia) com o seu nescedouro – o que serve de um bom exemplo para as “novas” e grandes industrias que chegaram nos últimos anos à nossa cidade.
Nas entrelinhas da revista, por assim dizer, exala uma boa pitada de saudosismos – perfil na escrita de quem, em tese, já ultrapassou os três quartos da vida. Além da exaltação ao feito de Tabocas, realce evidente por se tratar de uma revista comemorativa, também encontramos poesias, músicas e fotos da época. Escrever e registrar os fatos importantes, acredito, é algo que nunca será démodé. Parabéns aos que empreenderam e investiram, no passado, seu precioso tempo nessa épica revista.