Para os mais atentos, o resultado da mudança na orientação do Supremo Tribunal Federal, no que diz respeito à mudança de entendimento da prisão para condenados em 2ª instânciam, é algo inusitado. Após os primeiros votos, a “pedra” já havia sido cantada. Essa contenda não é coisa para amador muito menos para quem já foi “sequestrado”, emocionalmente, pelo viés político da questão em tela. Aliás, pelo apertado placar, vê-se que as duas teses se valeram de consistentes argumentos.
Para a população em geral e a opinião púbica fica a certeza da impunidade. O Brasil, em descompasso com o mundo, com esse entendimento, escancara que é um paraíso para os “bandidos” ricos e perverso com os “bandidos” pobres, haja vista que repousam lá, no nosso falido sistema carcerário – o 3º maior em população do planeta – quase 30% de brasileiros que nunca foram sequer condenados na primeira instância, mas como não possuem dinheiro para fazer valer a Lei acabam, muita vezes, se “profissionalizando” na bandidagem, isso porque, lá (presídios), o camarada é obrigado a se “filiar” numa facção criminosa para não morrer de vésperas.
No que se refere a nossa Constituição o encarceramento do cidadão, antes de esgotar todos os recursos possíveis – o trânsito em julgado –, é algo que fere o princípio da presunção da inocência. Assim sendo, doravante, essa é a regra que deverá ser seguida e aplicada, mesmo àqueles que já são bandidos efetivos.
No “mundo próprio” da política “verde/amarela” essa nova decisão, por assim dizer, contempla, hoje, os anseios da cúpula das duas alas mais percebidas pelo eleitorado nacional. No conjunto das esquerdas, deverá voltar a campo o seu principal líder – Luis Inácio Lula da Silva – para levantar a bandeira de que o “povo” precisa viver melhor e ter seus direitos garantidos. Deverá, também, levantar a ideia de que é o “homem mais honesto do Brasil”- acredite, se quiser…..
Já no campo da extrema direita, ocupada, atualmente, pelo “bolsonarismo”, eleito no ano passado (2018) como uma espécie “paladino” da moral e das boas práticas políticas, ganha “novo fôlego” na manutenção do chamado “antipetismo”, uma vez que, nos primeiros meses de governo (10 meses) perdeu muito espaço na faixa eleitoral que apostou nessa ideia face ao radicalismo e polarização – o chamado voto irracional/emotivo.
Triste encruzilhada, mais uma vez, está metida a nação brasileira. Para se mudar a constituição, ironicamente, precisa-se dos votos de justamente dos cidadãos (congressistas) que mais são usuários e beneficiários do entendimento que não se deve aprisionar um sujeito condenado em 2º instância. Enquanto isso, o povão está mais preocupado com a escalação do time do Flamengo e com o próximo sucesso musical do autor da obra “Caneta Azul, Azul Caneta”……..E ainda dizem que Deus e brasileiro!!!
É ENFIM É ASSIM QUE ANDA NOSSO BRASIL COMO MUDAR ISSO.