Como a própria “comemoração” sugere – “Consciência Negra”- hoje, 20 de novembro, abre-se um espaço especial dedicado ao debate das questões que envolvem essa ampla temática. Desde o fim da escravidão no nosso País – 1888 – que a sociedade discute e, pouco a pouco, vem avançando e adentrando no chamado “mundo civilizado”.
Na Vitória de Santo Antão do século XIX, tal qual no Brasil inteiro, as discussões foram intensas, conforme registros da época. Duas décadas antes do marco oficial de libertação dos escravos, em todo território nacional, nas terras de Santo Antão um organizado movimento abolicionista ganhou volume.
Por incrível que possa nos parecer, olhando com os olhos de hoje, o grande debate nacional em torno da questão – abolição – travou-se no campo da insegurança jurídica, afinal a mudança dizia respeito à propriedade e ao patrimônio dos senhores. Discutiu-se até uma indenização coletiva.
Passadas mais de treze décadas, a estrada continua longa e sinuosa no sentido de uma sociedade menos injusta e mais igualitária. Os descendentes dos escravos em nosso país ainda continuam pagando um alto preço pela falta, lá atrás, de políticas afirmativas mais amplas. Mas, recentemente, a divulgação dos números mostrando, primeira vez na história, que o percentual de pretos/pardos ultrapassou o de brancos nas universidades públicas nacionais não deixou de ser uma vitória. Com todo respeito às opiniões contrárias, esse tipo de dialogo só deve mesmo ser tratado com pessoas que tem um mínimo de conhecimento histórico sobre a formatação do Brasil.