Há um ditado antigo que diz: Seguro morreu de velho, desconfiado ainda vive.
Eu não sei se você já foi vítima de uns telefonemas meio macabros, cantarolados por uma moça muito delicada, com a vozinha meio açucarada, que diz assim: – Alô, é o senhor Fulano de Tal?
– É, sim. Diga!
– Olha, senhor, eu estou aqui com uma notícia do seu interesse e precisava do seu CPF, por favor?
– Para que a senhorita precisa do meu CPF, posso saber?
– Para saber se o senhor é o senhor Fulano de Tal mesmo.
Outro dia, perdi as estribeiras e terminei tirando uma brincadeirinha, acreditando que “é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente chato”, como aconselhava Marilyn Monroe.
– Bem, madame, eu já estou até tentando me esquecer do número do meu CPF, com receio de mim mesmo. No país do Mensalão, eu não confio mais nem na minha sombra.
Tem jeito?
Sosígenes Bittencourt