(Vitória de Santo Antão, 25 de março de 2020 – 22:09h) E quem disse que seria fácil? Se para um determinado grupo social – com sua finanças equilibradas – ficar confinado em isolamento social, ao lado da família, não tem sido algo palatável, imaginar, então, o turbilhão de variáveis e problemas que eclodem dessa complexa e planetária equação, que atende pelo nome de NOVO CORONAVIRUS, nos proporcionam uma espécie calafrio mental.
Nessa pandemia sem precedentes na história humanidade, em que o monitoramento constante se faz necessário espiar muito além do nosso quintal, após o “desfocado” pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, ocorrido na noite de ontem (24), poderíamos dizer que o Brasil inaugurou uma fase delicada e perigosa nesse momento crucial no concerne às ações de combate a pandemia.
“Não se faz omeletes, sem quebrar os ovos”! O Brasil é um país de dimensões continentais. Temos realidades sociais – regionais – com acentuadas diferenças. Respeitando as macrodecisões, por assim dizer, aqui e acolá, pode e deve-se apertar ou afrouxar algumas recomendação, mas nunca sem deixar de levar em considerações as questões técnicas.
No meu modesto entendimento, daqui do centro meu mundo – Vitória de Santo Antão – imagino que as questões políticas – intrigas do passado e ocupação de espaço no xadrez eleitoral de 2022 – começaram contaminar as medidas sanitárias que deveriam ser, em princípio, saneadoras.
Liderança não está à venda na bodega da esquina. O estilo de fazer política do presidente de todos os brasileiros, Jair Messias Bolsonaro, eleito no jogo democrático, desde o primeiro dia do seu governo, o mesmo continua apostando no formato do aprofundamento das questões ideológicas cujo objetivo principal, se imagina, configura-se na preservação do seu quinhão eleitoral, mesmo que para tanto verdades cientificas sejam confrontadas.
Imagino que nessa mais nova “muvuca” criada pelo presidente, aconselhando à população relaxar o isolamento social, proposto pelas autoridades sanitárias do mundo inteiro, ao invés de aderência eleitoral à sua imagem o mesmo tenha angariado mais rejeição, sobretudo no conjunto dos mais de 57 milhões de eleitores que sufragaram o seu nome no pleito próximo passado.
Assim sendo, pedir ao presidente Bolsonaro para ficar em casa teria basicamente dois objetivos: não se expor, pois ele faz parte do grupo de risco, assim como não atrapalhar a equipe técnica sanitária do seu governo, sob o comando do equilibrado e aparentemente pacificador ministro da saúde, Luiz Henrique Madentta, que, em poucos dias de extrema exposição na mídia, já demonstrou possuir um estoque razoável de liderança e um latim aprumado e agradável que pode haver despertado no seu chefe uma espécie de ciúme incontrolável. Apenas reforçando: Vamos Ficar em Casa……..