Hoje, logo pela manhã, ao ouvir a abertura do programa jornalístico na televisão, em que o comunicador exclamou a data – 9 de novembro -, de maneira automática, minha memória ativou uma das minhas inúmeras boas lembranças. Diz uma filosofia de vida “que a expectativa faz parte do prazer”. Assim sendo, lá no longínquo 1975, o dia 9 de novembro foi muito aguardado e desejado que logo chegasse.
Estudava eu na Escola da Professora Regina, localizado no Pátio da Matriz (vizinha ao Clube “ O Leão”. Agendado com antecedência, o dia 9 de novembro foi o escolhido pela Igreja Matriz de Santo Antão a chamada “Primeira Comunhão”- hoje, mais conhecida como Primeira Eucaristia.
Com entusiasmo, algum tempo antes, comecei a frequentar as “aulas de Catecismo”. Salve engano, “Dezinha” foi nossa orientadora maior. O Dia estava se aproximando e precisávamos entrar nos eixos. Certa vez, bem próximo do tão esperado dia, o “temido” Padre Renato foi até a sala de aula para reforçar a doutrina e nos “regular” no comportamento. Em ato contínuo, dias antes, a “confissão individual”.
Ainda lembro como se fosse hoje: no grande domingo – 09 de novembro de 1975 (há 46 anos) – roupa nova e tudo mais que tinha direito (sapato, cinto e adereço). Papai tomava café na sala e, ali mesmo, de pé, em cima do sofá, após um banho, mamãe penteou meu cabelo e arrumou-me todo. Ao final, disse: agora, fique sentado no terraço, quieto, para não amassar a roupa, esperando a hora de ir – o que prontamente foi realizado com sucesso.
Da minha casa – Avenida Silva Jardim – até a Igreja da Matriz, minha vontade era correr, para chegar mais rápido. Lá dentro, deu tudo certo. Toda sequência ensaiada foi seguida a risca. Ao final, fui para casa com a certeza inquestionável que havia me tornado um verdadeiro anjo. Há 46 anos, direto das prateleiras da memórias………