Ainda era madrugada quando a informação começou a circular pelas redes sociais: Helder Neri faleceu, vitima de um infarto. Quem conhecia ele mais de perto sabia das dificuldades que estava atravessando, no que se refere ao controle da ingestão de bebida alcoólica. Os amigos e familiares não lhes faltaram no sentido do apelo para uma “manerada” no seu estilo de vida, sobretudo nos últimos anos. Mas a vida e a morte continuam sendo os maiores de todos os mistérios…..
Em algumas conversas mais reservadas ele, abrindo bem os olhos como se quisesse sublinhar as palavras emitidas pela sua boca, repetiu-me, várias vezes: “Pilako, eu vou morrer cedo”. Parecia conviver com essa aflição, algo, por assim dizer, muito inquietante para qualquer passageiro desse mundo de meu Deus.
Festeiro, animado e com bom transito na cidade, Helder guardava na memória e no coração as melhores lembranças do seu pai. Sempre que tinha oportunidade, mudando a modulação da voz para o grave, dizia, : “eu sou filho de Joca Neri”.
Em cargo importante no Engarrafamento Pitú, Helder vibrava com a empresa. Vestia literalmente a marca e entrava em êxtase quando assim era anunciado: “Helder da Pitú”. Ele tinha prazer em desempenhar sua função de ponte entre os mais variados segmentos de eventos com a empresa. Honesto na sua função, Helder também sempre foi apaixonado por política. Estava no seu sangue. Corria nas suas veias.
Nas festas e nos acontecimentos sociais, ou mesmo nas “brincadeiras” mais informais que o mesmo participava, não “podia ver um microfone”. Gostava de discursar e cantar. Ao carnaval da Vitória também emprestou sua irreverência. Deixou seu legado como folião, carnavalesco e incentivador da festa, inclusive sendo-lhe tributado um “reinado inteiro”, na qualidade de homenageado do carnaval da Vitória. Tenho inúmeros registros dele em foto e vídeo, aqui no blog. Não tinha um coração ruim. Vivenciou alguns altos e baixos, mas conseguiu vencer na vida profissional.
Infelizmente, perdemos um amigo da nossa geração. Algo que não aceitamos como uma partida “normal” ou mesmo no seu devido tempo, sem antes refletirmos que tudo poderia ter sido bem diferente. Como falei inicialmente, a vida e a morte continuam sendo os maiores de todos os mistérios . Vai com Deus, amigo Helder Neri.
Sua música preferida, cantada por ele mesmo: