Era uma sexta-feira e o magistrado Antônio José Machado Dias tomara uma decisão: dispensar a escolta que sempre o acompanhava, porque, naquele dia, iria sair do fórum de Presidente Prudente/SP diretamente para a sua residência.
Não sabia ele, mas esta seria a pior decisão de sua vida.
A cerca de 300 metros do fórum, na Rua José Maria Armond, o seu carro foi surpreendido por outros dois veículos.
O primeiro disparo dos criminosos atingiu o juiz na cabeça, fazendo com que ele perdesse o controle do automóvel e batesse em uma árvore.
Outros três disparos certeiros atingiram o então corregedor dos presídios do oeste paulista, aos 47 anos de idade, na cabeça, no braço e no peito.
A motivação do crime foi clara: era uma ação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o trabalho do magistrado, que atuava para desarticulá-la.
Este crime é considerado o primeiro ataque direto do crime organizado contra uma autoridade do Poder Judiciário no Brasil.
Cinco pessoas, todas integrantes do PCC, foram condenadas, inclusive Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Acreditem se quiserem, mas o mais surpreendente é que familiares dos integrantes do PCC condenados pelo assassinato do juiz foram premiados, recebendo imóveis após o crime, e ganhando, até hoje, uma pensão vitalícia da facção.
Após a morte de Machado Dias, vieram as execuções do crime organizado contra os juízes Alexandre Martins de Castro Filho, em Vitória/ES, e Patrícia Acioli, em Niterói/RJ.
A pergunta que nunca cala: até quando?
Até quando autoridades que lidam com a segurança pública neste país continuarão pondo as suas vidas em jogo?
Atentar contra a vida de um magistrado no exercício regular de seu cargo é atentar contra o próprio Estado Democrático de Direito.
Agradeço ao amigo @osvaldoloboj @osvaldolobojr, por nos ter trazido a sugestão do tema.
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