Sempre que se fala no aniquilamento dos povos originários que habitavam o Brasil, é intuitivo nós pensarmos logo no uso dos armamentos de fogo por parte dos dominadores europeus.
O que pouco se comenta, porém, é que um outro tipo de recurso bélico foi largamente utilizado neste processo de dominação: o uso proposital de doenças como armas biológicas.
Inúmeros são os registros nesse sentido.
Em sua obra “Os índios e a civilização”, Darcy Ribeiro narra que o envenenamento de mananciais de água doce e o abandono de roupas e objetos infectados, em locais em que pudessem ser pegos pelos nativos, foram os principais métodos utilizados para inocular doenças entre os indígenas desde o início da colonização.
E a razão era óbvia: além da baixa imunidade, os hábitos coletivos e a falta de tratamento tornavam a população originária extremamente vulnerável a doenças trazidas por estrangeiros.
As mortes eram em massa.
Varíola, sarampo, febre amarela e gripe estão entre as razões para o declínio das populações indígenas no território nacional.
Darcy cita os seguintes exemplos de infecção proposital de tribos no Brasil: os timbiras, no Maranhão, os botocudos, na região do vale do Rio Doce, os tupinambá e pataxó, na Bahia, os cinta-larga, em Mato Grosso e Roraima, entre vários outros.
E ainda há quem diga que não houve genocídio dos povos originários neste país…
A quem interessar, recomendo a obra citada do grande antropólogo “Os índios e a civilização”..
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