A resposta à indagação de hoje tem razões históricas.
Em verdade, tudo começa a partir do assassinato de seu pai, João Suassuna, morto, nas palavras do próprio Ariano, “de forma traiçoeira, numa emboscada”, em 1930.
A tragédia envolveu três homens de nome “João”:
– João Pessoa,
– João Suassuna e
– João Dantas.
Na primeira metade do século 20, vários acontecimentos marcaram a história política da Paraíba.
Entre 1928 e 1930, o estado era presidido por João Pessoa, que sucedeu João Suassuna no poder.
Frise-se, aliás, que Ariano nasceu dentro do Palácio da Redenção, sede do poder executivo estadual, em 1927.
João Dantas, por sua vez, era um advogado e militante político, que apoiava Suassuna e era opositor ferrenho de João Pessoa.
No dia 26 de julho de 1930, há exatos 94 anos, na Confeitaria Glória, Centro do Recife, João Dantas matou João Pessoa à queima-roupa.
Muitos dos considerados perseguidos politicamente por João Pessoa optaram pelo exílio político após a sua morte, indo morar em outros estados.
A maior parte deles estabeleceu residência em Pernambuco, como foi o caso de João Suassuna.
Tais disputas políticas e pessoais culminaram no assassinato de Suassuna, pouco mais de dois meses depois, no Rio de Janeiro, enquanto tentava provar a sua inocência perante acusações feitas por seus adversários a respeito da morte de João Pessoa.
No momento da morte, Suassuna carregava no bolso do paletó uma carta em que afirmava que, caso tirassem a sua vida, não queria que a família nutrisse nenhum tipo de sentimento de revanchismo.
Após isso, criou-se na família, de geração em geração, a tradição de não verbalizar a palavra “João Pessoa”, por carregar o sangue e a dor de seu patriarca.
É isso, gente.
Esta história rende até hoje, com algumas pessoas defendendo a modificação do nome da capital paraibana.
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