Nos últimos anos o Brasil foi palco de uma divisão política intoxicante. Dividido ao meio, uma parte dos eleitores dizia não aceitar votar num “ladrão”. Do outro lado, não menos barulhento, a cantiga repetia: “não voto em genocida”.
Com efeito, na campanha de 2022, o debate sobre os reais problemas do País foram esquecidos e, no dia da eleição, as “torcidas” partiram para o tudo ou nada. O saldo negativo dessa verdadeira guerra campal, entre outras coisas, foram relações famílias estremecidas, amizades desfeitas e até mortes efetivadas.
Pois bem, nas cidades do interior, sobretudo na Região Norte e Nordeste, familiares se dividirem pelo comando político do lugar, não chega a ser, digamos, uma raridade. Aqui em Vitória já assistimos esse filme em vários momentos.
Mas a novidade desse pleito (2024), por assim dizer, é que se observarmos a lista das 202 candidaturas à Câmara de Vereadores encontraremos, pela primeira vez – salve pesquisa mais aprofundada –, seis postulações que correspondem a 3 duplas de pai e filho. Ou seja: 3 pais e três filhos estão concorrendo ao mesmo cargo em Vitória.
Vejamos:
Amaro Nogueira Alves (pai) e André Saulo dos Santos Alves (filho), ambos filiados ao PSD, concorrem, respectivamente, com os seguintes números: 55.611 e 55.123 – (Bau e André de Bau)
Davi Fortunato dos Santos e Davi Fortunato dos Santos Filho. Nesse caso, o pai concorrendo pelo MDB, com o número 15.155 e o filho pelo PP, com o número 11.123 (Davi Preto e Davizinho).
Fechando a lista, temos pai e filho, coincidentemente, ambos comunicadores. O pai, José Carlos Severino dos Santos, concorrendo pelo Partido Avante ( 70.115) e o filho, Victor Hugo de Albuquerque Santos, concorrendo com o número 11.123, pelo Partido Progressista – (Jota Santos e Victor Santos)
Ainda no contexto, se bem observado, só os “Bau(s)” estão apoiando o mesmo prefeito. Já com relação às outras duas duplas (pai/filho), os pais estão vinculados a um determinado campo político, diferentemente dos os filhos que se “abraçaram” com outra candidatura majoritária.
Pois bem, se todos eles irão lograr êxito, no pleito e na campanha, só o resultado das urnas e eles mesmos poderão avaliar. Mas uma coisa já é certa: os “Bau(s)” já conseguiram dividir o plenário, na atual legislatura, na condição de colegas de bancada.
Aliás, eles (Bau(s)) já provaram que sabem fazer os outros suarem a camisa para entregar-lhes o troféu merecido. São detentores de reconhecida capacidade na articulação política, embora, segundo informações, os dois, pai e filho, recentemente, tenham levado um “balão” do prefeito Paulo Roberto.