“Noite dos Lápis” – por @historia_em_retalhos

Em 16 de setembro de 1976, há exatos 48 anos, acontecia em La Plata, na Argentina, a famigerada “Noite dos Lápis”.

Trata-se de um dos mais conhecidos e repugnantes atos de repressão da ditadura militar argentina, sob a condução do presidente Jorge Rafael Videla.

A covardia do ato deveu-se à circunstância de que buscou atingir estudantes secundaristas mediante uma série de sequestros e desaparecimentos.

Após o golpe militar de março de 1976, o governo implementou o chamado “Processo Nacional de Reorganização”, um conjunto de ações que tinha por objetivo oprimir as forças de esquerda e quaisquer focos de resistência.

A violência iniciada naquele 16 de setembro foi uma represália à União de Estudantes Secundaristas (UES), isto porque, por meio de manifestações e protestos, a entidade reivindicava reformas políticas e escolares, como o direito ao desconto nas passagens de ônibus para estudantes.

Naquela noite, dez jovens do ensino médio de idades entre 16 e 18 anos (daí a referência à palavra “lápis”) foram sequestrados.

Destes, apenas quatro sobreviveram, sendo seis considerados desaparecidos até hoje.

A ordem do regime foi para que homens mascarados invadissem as suas casas, levando-os para centros de detenção clandestinos.

“Eles nos torturaram com profundo sadismo. Lembro-me de estar nua. Eu era apenas uma menina pequena e frágil e fui espancada por um homem enorme”, disse Emilce Moler, uma das sobreviventes.

Em 1986, esta história foi contada no filme “La Noche de Los Lápices”, dirigido por Héctor Oliveira (baseado no livro de não-ficção de Maria Seoane e Héctor Ruiz Núñez).

35 anos depois, em 2011, quase duas dezenas de oficiais argentinos foram acusados de crimes contra a humanidade por terem participado da Noite dos Lápis.

Entre eles, estava Miguel Etchecolatz, que já cumpria pena de prisão perpétua por outros crimes cometidos como oficial do regime.
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